A jornalista Shana Ferreira morreu em Brasília, aos 89 anos, na madrugada desta segunda-feira (5), em consequência de uma fratura de fêmur, embolia e trombose. Ela estava internada na UPA do Paranoá. Pioneira de Brasília (DF), ela chegou na Capital no final da década de 1950, antes mesmo da inauguração da cidade.
O velório está marcado para às 13h desta terça-feira (06). Ela será sepultada na Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Nascida em em Campo Florido (MG). Shana participou da equipe do presidente Juscelino Kubitscheck que organizou a inauguração da nova capital do país em 21 de abril de 1960.
Além disso, ela trabalhou em governos do Distrito Federal e foi chefe de comunicação na gestão dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Shana costumava contar, orgulhosa, que foi a primeira mulher a trabalhar na cobertura política na redação da sucursal do Estado de S. Paulo em Brasília.
Shana participou desde o início da fundação do Jornal de Brasília. Participou ainda da criação do jornal “José”, o “Jornal da Semana Inteira”, umas das primeiras experiências de jornalismo independente na capital da República, ao lado Luís Guttemberg e Eliane Cantanhede.
Em plena ditadura militar, Shana costumava receber políticos de oposição em sua casa, uma das 13 primeiras residências construídas no Lago Norte. Ela também ocupou vários cargos nas redações dos jornais de Brasília e nas sucursais dos jornais nacionais.
“Shana sempre foi um exemplo. A conhecia desde o começo do Jornal de Brasília, onde resolvia todos os problemas da redação. Séria, dedicada, Shana tinha uma sensibilidade toda especial porque conhecia muito a rudeza cotidiana do jornalismo, mas ao mesmo tempo lidava com isso com extrema delicadeza. Como chefe de gabinete da Secretaria de Comunicação na gestão de Roriz, solucionava tudo pra gente. Deixará muitas saudades”, resume o ex-secretário de Comunicação dos governos Roriz e Rollemberg, Paulo Fona.