Minas Gerais foi o estado que mais desmatou a Mata Atlântica entre outubro de 2021 e 2022. Segundo dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, foram mais de 7,4 mil hectares destruídos. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (24).
A pesquisa é uma colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que monitora a vegetação nativa do bioma desde 1989. Além de Minas, outros quatro estados foram responsáveis por 91% da devastação. A saber, Bahia - 5.719 hectares; Paraná - 2.883 hectares; Mato Grosso do Sul - 1.115 hectares; Santa Catarina - 1.041 hectares.
Como resultado da destruição, quase 10 milhões de toneladas de gás carbônico foram lançadas na atmosfera. A maior parte das áreas destruídas fica em propriedades privadas e foi desmatada, principalmente, para a criação de gado e culturas agrícolas.
"A gente tem que lembrar que a gente está em um contexto da crise climática e da crise da biodiversidade, né? Que nesse bioma mora a maior parte da população brasileira, que a gente tem eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes: enchentes, inundações, secas, crises hídricas e desmatando a Mata Atlântica a gente está acentuando esse quadro e comprometendo o nosso futuro", disse o diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto ao G1.
MUNICÍPIOS QUE MAIS DESMATARAM
Dez cidades brasileiras concentraram 30% do desmatamento total no período. Destes, cinco estão situados em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e quatro na Bahia. Três cidades baianas encabeçam a lista:
- Wanderlei (BA) - 1.254 hectares
- Cotegipe (BA) - 907 hectares
- Baianópolis (BA) - 848 hectares
- São João do Paraíso (MG) - 544 hectares
- Araçuaí (MG) - 470 hectares
- Porto Murtinho (MS) - 424 hectares
- Francisco Sá (MG) - 402 hectares
- Capitão Enéas (MG) - 302 hectares
- Gameleiras (MG) - 296 hectares.
Ainda de segundo o Atlas, 0,9% das perdas se deram em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em terras privadas. De acordo com o SOS Mata Atlântica, o dado reforça a ideia que as florestas vêm sendo destruídas para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas. A especulação imobiliária também é apontada como outra das causas principais.
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