Secretário especial da cultura, Mario Frias se manifestou após o incêndio que atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira na noite desta quinta-feira (29), em São Paulo.. Ele afirma que a Polícia Federal vai checar se a incidente foi causado por uma ação criminosa.
"A Polícia Federal está a caminho. Fará perícia para descobrirmos se foi um incêndio criminoso ou não", disse o ator em publicação no Twitter sem apresentar provas sobre a suspeita.
Mario e André Porciuncula, que também faz parte da secretaria, estão em Roma, Itália, para participação em uma conferência dos ministros da cultura do G20. O grupo é composto por países desenvolvidos e em desenvolvimento.
MPF fez alerta
Em audiência realizada no último dia 20, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) alertou o governo federal, responsável pela Cinemateca Brasileira, para o risco de incêndio.
"Pelo MPF, houve comentários sobre a visita realizada e sobre o fato de terem sido bem recebidos. Destacou, entretanto, o fato de risco de incêndio, principalmente em relação aos filmes de nitrato", diz o termo da audiência.
Início do fogo
Segundo a capitã dos bombeiros Karina Paula Moreira afirmou à GloboNews, "o incêndio começou em uma das salas de acervo histórico de filmes que fica no primeiro andar. Essa parte é dividida entre três salas, uma delas com acervo de filmes entre 1920 e 1940 e uma das salas de arquivo impresso, também histórico. Estamos levando o que foi queimado e preservado dentro dessas três salas - provavelmente nada. Porém, no andar térreo, tem uma parte grande do acervo histórico que não foi atingida”, afirmou.
Quinze viaturas com quase 50 bombeiros foram enviadas para combater o fogo. Segundo o major Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, no galpão há materiais altamente inflamáveis.
Os bombeiros disseram ainda que a estratégia para combater o incêndio foi confinar o fogo, impedindo que ele se alastre para galpões vizinhos. Apenas o primeiro andar foi atingido.
Condições precárias
O procurador Gustavo Torres Soares voltou a dizer nesta quinta-feira que o MPF já alertava a Justiça sobre as condições precárias da Cinemateca e também sobre o risco de incêndio do acervo desde julho de 2020. Segundo o procurador, o governo iniciou o processo de chamamento de uma nova entidade para gerir a Cinemateca e a contratação emergencial de uma empresa para cuidar do local. No entanto, O MPF critica a demora no processo.
4 toneladas atingidas
O diretor Roberto Gervitz estimou que quatro toneladas da documentação da história do cinema brasileiro, do Instituto Nacional do Cinema, da década de 1960, poderiam ter se perdido.
"Quatro toneladas da história do nosso cinema", lamentou Gervitz. "Há cópias de filmes que já estavam num estado pior de conservação, entre elas cópias do Canal 100, com filmes de futebol".
Apoio da Polícia Federal
O Governo Federal solicitou apoio da Polícia Federal para investigar as causas do incêndio que acometeu um galpão da Cinemateca Brasileira na tarde de hoje na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo.
Em nota, o Ministério do Turismo informou que a Secretaria Especial da Cultura "solicitou apoio à Polícia Federal para investigação das causas do incêndio e só após o seu controle total pelo Corpo de Bombeiros que atua no local poderá determinar o impacto e as ações necessárias para uma eventual recuperação do acervo e, também, do espaço físico.".