Um incêndio atingiu o galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, no início da noite desta quinta-feira (29). O local é onde parte do acervo da Cinemateca Brasileira é guardado, ameaçando 4 toneladas de documentos.
Segundo as primeiras informações, não há vítimas no local. Pelo menos onze viaturas foram enviadas para combater o fogo. De acordo com o major Palumbo, do Corpo de Bombeiros, no galpão há materiais altamente inflamáveis. "Nós temos o registro de ser um local onde temos diversos materiais combustíveis diferentes. Arquivos de filmes, que tem acetato altamente inflamável e todos os materiais que compõem a edificação", disse Major Palumbo. A corporação informou ainda que o incêndio já está controlado.
O local já foi atingido por outro incêndio em 2016. Cerca de 500 obras foram destruídas pelo fogo. No ano passado, um temporal alagou o galpão e parte do acervo foi, novamente, comprometido. A instituição não revelou quais itens foram danificados.
Em julho de 2020, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) entrou com uma ação na Justiça contra a União por abandono da Cinemateca Brasileira. A promotoria questiona a falta de contrato para gestão da instituição.
O contrato para gestão da Cinemateca firmado entre o governo federal e a Organização Social (OS) Associação Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) terminou no dia 31 de dezembro de 2019 e, desde então, não houve nova licitação.
Na ação judicial, a promotoria destaca problemas como risco de incêndio, falta de vigilância, atrasos nas contas de água e luz, e atraso no pagamento de salários. No entanto, em maio deste ano, o MPF-SP suspendeu a ação contra a União depois que o governo federal se comprometeu a mostrar as ações implementadas pela preservação do patrimônio no prazo de até 45 dias.