Já são 21 variantes da Covid-19 identificadas em circulação no estado de São Paulo, segundo o relatório do Instituto Butantan em parceria com o laboratório Mendelics.
Podemos destacar, dentre elas, a brasileira P.1, chamada de Gama e que é responsável por mais de 90% dos casos, e a variante do Peru, Lambda, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "variante de interesse".
De acordo com a Juliana Gomes, bióloga e mestre em genética, as variantes do vírus SARS-CoV-2 são classificadas como variantes de interesse quando possuem alterações genéticas capazes de alterar as suas características, como transmissibilidade e severidade da doença, e que fazem parte da transmissão comunitária ou múltiplos focos de Covid-19.
“A Lambda é uma dessas variantes de interesse, pois possui mutações que aumentam suas taxas de transmissibilidade. Em países como Chile e Peru, ela está presente em uma parcela considerável dos casos positivos. No Brasil, a variante Lambda foi identificada na Grande São Paulo e na Baixada Santista, mas ainda são poucos os casos registrados”, comenta a bióloga Juliana Gomes.
A bióloga ressalta ainda que serão necessários mais estudos para confirmar a eficácia das vacinas contra a variante Lambda e qual o seu potencial de reinfecção.
“Até o momento, pesquisas sugerem que todas as vacinas protegem em algum grau contra a variante Lambda, diminuindo as chances de óbito e de casos graves”, acrescenta Juliana.
Variantes e o estudo sobre sua imunização
Os estudos indicam que a variante Alpha tem maior riscos de transmissão e causou quadros mais graves em comparação com linhagens que circulavam anteriormente no Reino Unido.
A variante Gama, assim como a Alpha, parece ser mais infectante que o coronavírus original.
Há indícios de que ela possa se esquivar da imunidade desenvolvida por outras variantes, ou seja, é possível que ela cause Covid-19 mesmo em quem já foi infectado anteriormente por uma variante diferente.
Segundo publicação feita no portal G1, o Ministério da Saúde informou que acompanha a evolução das diferentes variantes do Cov-2 no Brasil.
Além disso, a “Nature”, revista científica apresentou um estudo assinado por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) e Instituto Pasteur e os resultados identificaram que a Delta, que recentemente detectou o primeiro caso da variante na cidade de São Paulo, é parcialmente resistente a alguns tipos de anticorpos, porém duas doses da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca podem neutralizá-la.
As evidências presente até o momento mostram que, embora a resposta das vacinas às variantes possa ser menor em relação ao vírus original, elas conseguem ajudar na defesa do organismo contra a doença e diminuir a quantidade de casos graves e mortes.
Sendo assim, a vacinação em massa continuará sendo uma das principais formas de lutar contra a pandemia, mesmo com o surgimento de novas variantes.
Testes de Covid conseguem detectar novas variantes?
Muitos testes conseguem detectar as novas variantes do Covid-19, mas não todos. Tudo depende de como o teste funciona.
Exames moleculares, por exemplo, dão positivo quando encontram genes do vírus na amostra analisada. Nesses casos, a detecção da variante dependerá de qual gene é analisado no teste e se ele sofreu mutações ou não.
A maior parte das mutações observadas até agora, incluindo nas variantes Alpha, Beta e Gama, está no gene S, que codifica a proteína spike, responsável pela entrada do vírus nas nossas células.
Por isso, testes que buscam pelo vírus baseados nesse gene terão dificuldades em detectar as novas variantes e podem gerar resultados falso-negativos.
Por isso, testar a população continuará sendo uma das melhores maneiras de rastrear o vírus e frear a pandemia.
Então, até vencermos essa luta contra o vírus, continue se cuidando: além de usar máscara, higienizar as mãos com frequência e manter o distanciamento social, teste-se regularmente.
Assim você descobrirá a infecção pelo vírus rapidamente e evitará a contaminação das pessoas mais próximas a você.