Jornalista Tony Trindade é transferido para penitenciária do Piauí

A prisão do jornalista não é temporária e sim preventiva, para evitar que ele continue tentando atrapalhar as investigações.

Tony Trindade | Divulgação
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O jornalista Itamir José de Sousa Trindade, mais conhecido como Tony Trindade, preso durante a Operação 'Acesso Negado' da Polícia Federal,  na terça-feira (18), foi transferido ainda na tarde de ontem para a Penitenciária Irmão Guido, localizada no km 14 da BR-316, na zona rural de Teresina, onde cumpre prisão preventiva.

De acordo com a Polícia Federal, o jornalista tentou atrapalhar as investigações da PF na ‘Operação Delivery’ que apura desvio de recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) destinado ao município de União, no qual ele trabalha como assessor do prefeito. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido no sítio de Tony, em Monsenhor Gil e os outros em um escritório de advocacia.

Tony Trindade - Foto: Reprodução/Instagram

A prisão do jornalista não é temporária e sim preventiva, para evitar que ele continue tentando atrapalhar as investigações. “Não tem prazo, por isso visa garantir a ordem pública e a instrução criminal, esse momento provas estão sendo colhidas e serão analisadas e corre sim o risco do investigado, inclusive por ter o histórico de vazamento e ser reincidente, atrapalhar mais ainda as diligências que estão em curso, o investigado poderá ficar preso preventivamente”, esclareceu.

Tony Trindade está detido no módulo familiar, um local reservado apenas para os dias de visita íntima, mas que foi disponibilizado ao jornalista para que ele não ficasse em cela ou pavilhão da penitenciária.

Investigação

Em coletiva à imprensa, o chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros afirmou ainda que a Polícia Federal apresentou de forma bem clara, provas para a Justiça de que o jornalista estava realizando monitoramento diário das investigações e obtendo informações de caráter sigiloso, onde só seria possível através de um processo judicial. 

“Essa mesma pessoa estava orientando um dos investigados para que se reunisse com testemunhas para que apresentassem depoimentos convergentes, que demonstra claramente a intenção de manipular possíveis provas, ele fala em atos intimidatórios, com a palavra forte no intuito de minimizar a repercussão das investigações. A investigação ainda vai tentar investigar que ato intimidatórios eram esses, se era para intimidar a polícia ou a população”, declarou. 

O delegado deixou claro que a Polícia Federal preza pelo direito constitucional de todo e qualquer jornalista. “Não estamos aqui no intuito de diminuir o acesso à informação por parte dos jornalistas, só que esse direito ele tem limites, ele não foi preso por apresentar informações na condição de jornalista, muito menos na condição de assessor do prefeito de União. Ele foi preso pelos fatos que já coloquei anteriormente você não pode estar invadindo um processo judicial sigiloso, se encontrando com funcionários públicos no intuito de obter informação sigilosa. Vale destacar que a investigação está tentando identificar esse funcionário, quando identificado vamos agir da mesma forma, nós não vamos passar a mão, se a medida for adequada a PF vai atuar. O fato de o jornalista ter acesso às informações é uma coisa, é o trabalho do jornalista, do investigador, o fato do que você faz com essa informação, a ilegalidade que você comete de posse dessas informações é o que está sendo pontuado. A Polícia Federal não investiga profissionais ou pessoas, investiga fatos, fatos que foram apresentados que foram tão graves a ponto de ser expedido um mandado de prisão”, completou. 

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