Manoel Marins, pai de Juliana Marins, voltou a se pronunciar nas redes sociais sobre a morte da filha. Na manhã desta quarta-feira (25), ele publicou uma carta aberta em homenagem à jovem, que faleceu após um acidente durante uma trilha no vulcão do Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia.
No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais. E assim você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho. E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração, disse Manoel.
Manoel expressou a saudade que sente da filha e relembrou o plano que os dois tinham de voar de parapente juntos. Ele ressaltou que a viagem pela Ásia era um sonho de Juliana e a descreveu como "sapeca, inquieta, dona de um sorriso lindo e com uma imensa vontade de viver intensamente".
Fica a sua presença em nossa casa, no seu quarto, no seu lugar preferido no sofá da sala. Fica a sua presença marcante na vida de quem teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo. E, especialmente, no meu coração , no da sua mãe e no da sua irmã. Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito, afirmou o pai de Juliana.
E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso. Daqueles que sempre te amaram: papi, mami e Mari, finalizou.
Na noite de terça (24), ele havia se manifestado em uma rede social, postando a letra de "Pedaço de mim", de Chico Buarque, ao lado da foto da filha e a mensagem: "Pedaço tirado de mim".
Juliana sofreu um acidente no sábado (21) ao cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Seu pai, Manoel, só conseguiu embarcar na terça-feira, ainda com a esperança de encontrar a filha com vida. No entanto, ao chegar ao destino, já recebeu a confirmação de sua morte.
A viagem, partindo de Lisboa, levou mais tempo do que o previsto, pois o voo inicialmente passaria pelo espaço aéreo do Catar, que foi fechado devido aos recentes ataques no Oriente Médio. Por conta disso, Manoel precisou aguardar uma nova rota.
Desde fevereiro, Juliana fazia um mochilão pela Ásia, passando por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. Ela foi encontrada morta nesta terça-feira (24), após quatro dias de buscas no Monte Rinjani.
A operação para içar o corpo começou na manhã desta quarta. O resgate enfrentou dificuldades por causa do acesso difícil, mau tempo, falhas nos equipamentos e informações desencontradas. Juliana era natural do Rio de Janeiro, morava em Niterói e era formada em publicidade e propaganda pela UFRJ. A família confirmou a morte nas redes sociais e agradeceu pelas orações.