O presidente dos EUA, Donald Trump, está reivindicando US$ 230 milhões (aproximadamente R$ 1,238 bilhão) do Departamento de Justiça como compensação pelas investigações federais que o tiveram como alvo durante a gestão do democrata Joe Biden.
Segundo reportagem do jornal The New York Times, a situação é inédita na história americana. Especialistas ouvidos pelo veículo destacam que o caso gera dilemas éticos complexos, já que os funcionários do Departamento de Justiça responsáveis por aprovar eventuais pagamentos foram indicados por Trump ou aliados, e muitos atuaram como advogados de defesa do ex-presidente antes de seu retorno à Casa Branca.
Trump busca ressarcimento alegando supostas violações de seus direitos em duas investigações conduzidas durante o governo Biden. A primeira envolve suspeitas de interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, que ele venceu. O relatório do procurador especial Robert Mueller concluiu que não há evidências de que Trump tenha cometido conspiração com Moscou, mas não descartou a possibilidade de obstrução de justiça. O ex-presidente, contudo, nunca foi formalmente acusado.
O segundo caso diz respeito à operação de busca e apreensão realizada pelo FBI em sua residência em Mar-a-Lago, Flórida, em 2022. Na ocasião, os agentes recolheram mais de 20 caixas contendo mais de 100 documentos classificados de “confidencial” a “ultra secreto”, armazenados em depósitos e até em banheiros da propriedade.