O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) detalhes sobre as tarifas recíprocas que pretende impor a produtos importados a partir de abril. As novas medidas fazem parte da política econômica adotada por seu governo para proteger a indústria americana e equilibrar as relações comerciais com outros países.
Entre as mudanças anunciadas, o republicano afirmou que todas as importações do Brasil serão taxadas em 10%. Além disso, os países que aplicam tarifas sobre produtos norte-americanos terão que pagar ao menos metade da alíquota que cobram dos EUA. Aço e alumínio continuarão com uma tarifa específica de 25%, conforme já estabelecido anteriormente.
Trump chamou a data de "Dia da Libertação" e defendeu que essas tarifas ajudarão a reduzir a dependência dos EUA de produtos estrangeiros. "A partir de amanhã, os Estados Unidos implementarão tarifas recíprocas em outras nações. [...] Vamos calcular a taxa combinada de todas as suas tarifas, barreiras não monetárias e outras formas de trapaça [...] e vamos cobrar deles aproximadamente metade do que eles têm nos cobrado", declarou o presidente.
Alternativa do presidente para empresas estrangeiras
Além disso, Trump enfatizou que a melhor alternativa para as empresas estrangeiras evitarem as tarifas seria transferirem suas fábricas para os EUA. "Tarifas dão ao nosso país proteção contra aqueles que nos fariam mal econômico. [...] Mas, ainda mais importante, elas nos darão crescimento", afirmou.
Na semana anterior, Trump já havia mencionado que as tarifas poderiam abranger todos os países. No entanto, ele ponderou que as taxas poderiam ser mais brandas do que o esperado e que estava aberto a negociações e possíveis acordos.
As novas tarifas incluem, além das taxas recíprocas, um imposto de 25% sobre carros importados e sobre exportações que não se enquadrem no USMCA, acordo comercial entre EUA, México e Canadá. A incerteza sobre os impactos dessas medidas gerou volatilidade no mercado financeiro e levou a reações de diversos países.
No Brasil, o Senado Federal aprovou em regime de urgência um projeto que permite ao governo retaliar países ou blocos econômicos que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros. A proposta recebeu amplo apoio no Congresso e foi impulsionada após Trump citar o Brasil como um dos alvos das novas tarifas.