O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou nesta segunda (3) que a tarifa de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá começará a valer a partir desta terça-feira (4). A medida, que já havia sido anunciada em janeiro e suspensa por 30 dias, tem como objetivo incentivar a produção industrial dentro dos EUA. "Eles terão que construir suas fábricas aqui, caso contrário, pagarão tarifas", afirmou Trump.
Reação
A decisão gerou forte reação dos países afetados. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou que seu governo tem "planos A, B, C e D" para lidar com as novas tarifas, enquanto a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, criticou a imprevisibilidade da política comercial dos EUA. No mercado financeiro, os principais índices acionários registraram quedas: o Dow Jones recuou 1,58%, o S&P 500 caiu 1,78% e o Nasdaq perdeu 2,47%.
Taxa sobre produtos agrícolas
Além das tarifas sobre Canadá e México, Trump anunciou novas taxações sobre produtos agrícolas importados a partir de 2 de abril. Ele incentivou os produtores americanos a expandirem suas atividades para atender ao mercado interno. Na mesma data, entrará em vigor a política de tarifas recíprocas, que aplicará taxas a países que já impõem barreiras a produtos dos EUA. O governo norte-americano citou o etanol brasileiro como um dos setores que podem ser afetados.
Proteção ao mercado
As medidas fazem parte da estratégia protecionista de Trump, que já elevou tarifas sobre produtos chineses e ameaça aplicar taxas similares à União Europeia. Segundo ele, a política visa corrigir déficits comerciais e combater questões fronteiriças, como a imigração irregular e o tráfico de fentanil. No entanto, especialistas alertam que o aumento de tarifas pode gerar inflação nos EUA, pressionando o Federal Reserve (Fed) a manter juros elevados.
Impacto no Brasil
O impacto pode se estender ao Brasil, uma vez que juros altos nos EUA tornam os títulos americanos mais atraentes, estimulando a saída de capitais de países emergentes. Esse movimento pode levar o Banco Central brasileiro a elevar a taxa Selic, prejudicando a atividade econômica. Além disso, a imposição de tarifas à China pode forçar os chineses a buscar novos mercados para seus produtos, aumentando a concorrência para a indústria brasileira.