Pela segunda vez, um representante do governo liderado pelo ultraliberal Javier Milei, presidente da Argentina, abordou a questão das restrições para participantes de protestos, antecedendo uma grande manifestação agendada para esta quarta-feira (20/12) contra as políticas de reajuste fiscal.
A ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, ameaçou cortar benefícios sociais de manifestantes e criticou bloqueios de ruas durante protestos.
"Protestar é um direito, [mas] também é um direito respeitar a livre circulação de indivíduos", enfatizou Pettovello. "Quem promover, instigar, organizar ou participar de piquetes perderá todo tipo de diálogo com o Ministério do Capital Humano", completou.
No início do governo Milei, a ministra de Segurança Pública, Patricia Bullrich, já havia anunciado medidas contra manifestações, incluindo a proibição da presença de crianças em tais eventos.
Desta vez, Pettovello também criticou mães que comparecem às manifestações com seus filhos, desencorajando sua participação. "É desnecessário expô-los ao calor e à violência das manifestações", afirmou. E acrescentou: "Para ser clara, os únicos que não receberão os benefícios [sociais] são aqueles que participarem da marcha e bloquearem a rua".
A ministra concluiu seu pronunciamento reafirmando que o governo enfrenta a situação deixada pela administração anterior, com a expectativa de dobrar o abono infantil universal e aumentar em 50% o cartão alimentação.
As manifestações desta quarta-feira são organizadas pelos movimentos Unidad Piquetera e Polo Obrero, em resposta à política fiscal anunciada pelo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo. Os manifestantes são conhecidos localmente como "piqueteros".
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