O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou nesta quarta (22) que está disposto a retirar seu país do Mercosul, caso isso seja necessário para firmar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. A declaração foi dada durante um evento organizado pela Bloomberg em Davos, na Suíça, paralelo ao Fórum Econômico Mundial. "Se a condição extrema fosse essa, sim", afirmou o líder argentino ao ser questionado sobre o tema.
Busca de aliança
Milei, que mantém uma aliança política com Donald Trump, revelou que planeja avançar nas negociações com os EUA em 2025, ano em que Trump reassumiu a presidência americana. Segundo ele, "estamos trabalhando muito intensamente na possibilidade de negociar um tratado de livre comércio" com Washington.
Bloco
Embora não tenha esclarecido se pretende conduzir as negociações de forma independente ou com os parceiros do Mercosul, Milei destacou que há mecanismos pelos quais é possível fazer isso permanecendo dentro do bloco, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, proíbe negociações bilaterais sem o consentimento dos demais membros.
Evitando conflitos
O presidente argentino garantiu estar dialogando com os países do Mercosul para evitar conflitos e buscar alternativas que permitam avançar no acordo sem abandonar o bloco. "Acreditamos que é possível alcançar esse objetivo sem ter que abandonar o que já se tem no âmbito do Mercosul", disse ele.
Desafios
O Mercosul, criado em 1991, tem enfrentado desafios em negociações externas. Em 2022, as tratativas entre o Uruguai e a China geraram resistência dos outros membros. Recentemente, a União Europeia anunciou a conclusão de negociações para um acordo com o Mercosul, mas a ratificação enfrenta oposição de países como a França, que tenta bloquear o processo.