Um marroquino foi condenado à morte pelo Tribunal de Apelação de Casablanca por estuprar, matar e esquartejar uma menina de dez anos na cidade costeira de Mohammedia, informaram nesta sexta-feira (29) à reportagem fontes da Coalizão Marroquina contra Pena de Morte.
Abdelilah Benabdesalam, um integrante dessa coalizão, explicou à reportagem que a condenação foi anunciada na última quarta-feira (27) e que esse tipo de crime passa diretamente à câmara criminal do Tribunal de Apelação.
No entanto, é improvável que essa condenação seja aplicada, já que, apesar da pena de morte seguir vigente, o Marrocos não executa um criminoso há 20 anos.
O jornal local Assabah lembra que o crime citado ocorreu no dia 15 de maio de 2012, quando o acusado, que trabalhava em um pequeno comércio, estuprou a jovem Meriem em sua loja e depois a matou.
Posteriormente, segundo a fonte, o condenado enterrou o corpo da jovem no solo de seu comércio e, mais tarde, exumou o corpo e o serrou antes de atirá-lo em um terreno descampado.
A mesma fonte indicou que após o pronunciamento da condenação, a mãe da vítima fez questão de se manifestar: "A pena de morte não apagou o fogo que arde em minha alma".
No total, há 112 pessoas (duas delas mulheres) condenadas à morte no Marrocos e quase todas são penas que foram pronunciadas por crimes de terrorismo ou assassinatos.
Assim como os vizinhos Mauritânia, Argélia e Tunísia, o Marrocos faz parte do conjunto de países que têm uma moratória de fato sobre a pena de morte ? sem torná-la oficial.
No entanto, no restante dos países árabes, a pena de morte é vigente, e as execuções são uma realidade. O islamita Partido Justiça e Desenvolvimento, que lidera a coalizão governamental, apresentou no mês de junho uma proposta de lei para restringir os crimes relacionados à pena de morte, a qual não incluía sua abolição.