O governo de Israel aprovou oficialmente o acordo de cessar-fogo com o Hamas, após uma reunião do Conselho de Ministros nesta sexta (17). A decisão foi tomada com o apoio de 24 ministros, enquanto oito votaram contra. A aprovação ocorreu depois de uma série de negociações intensas, que incluem a libertação gradual de reféns israelenses e a troca de prisioneiros palestinos. O acordo, que deverá entrar em vigor no domingo (19), marca um momento importante após mais de um ano de guerra na Faixa de Gaza.
Como foi
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, apesar da pressão interna, endossou o acordo após o gabinete de segurança de Israel também recomendá-lo. Membros de sua coalizão, especialmente os mais linha-dura, haviam se oposto ao cessar-fogo, argumentando que ele enfraqueceria a posição de Israel frente ao Hamas. No entanto, Netanyahu afirmou que a liberação de reféns israelenses é uma prioridade humanitária, o que ajudou a justificar sua decisão diante das críticas internas.
Tratativas
De acordo com o acordo, Israel libertará 33 reféns israelenses em uma primeira fase, sendo que pelo menos três deles serão liberados já no domingo. O governo israelense, no entanto, não divulgou detalhes sobre a identidade dos reféns, entre os quais se inclui um bebê sequestrado ainda em outubro. O Hamas, por sua vez, afirmou que todos os pontos de discórdia foram resolvidos e que o acordo agora está finalizado.
Permuta
Em troca da libertação dos reféns, Israel se comprometerá a liberar centenas de prisioneiros palestinos, um ponto que gerou controvérsias no governo. O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, principal opositor do cessar-fogo dentro do governo, qualificou o acordo como "imprudente" e afirmou que ele poderia "apagar as conquistas da guerra". Ben-Gvir e outros membros do partido ultradireita Poder Judaico chegaram a ameaçar renunciar se o acordo fosse implementado.
Parar bombardeios
O acordo também prevê a interrupção dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, que tem sido devastada desde o início do conflito, em outubro de 2023, quando o Hamas realizou um ataque surpresa contra o sul de Israel. O ataque resultou na morte de mais de 1.200 israelenses e no sequestro de cerca de 200 pessoas. A guerra subsequente, com intensos bombardeios e incursões terrestres israelenses, causou a morte de cerca de 48.000 palestinos e levou à destruição de grande parte da infraestrutura da região.
Apoio popular
Apesar das tensões internas, uma parte significativa da população israelense expressou apoio ao cessar-fogo, especialmente pela promessa da libertação dos reféns. Contudo, a ala mais radical do governo continua a se opor, considerando o acordo uma concessão ao Hamas. Agora, com a aprovação do governo, o acordo entra em uma fase de implementação que, se bem-sucedida, pode resultar na redução da violência, mas também traz desafios significativos para a política interna de Israel. (Com informações do G1)