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Brasileiro é condenado na Argentina por tentativa de assassinato a Cristina Kirchner

Fernando Sabag Montiel foi considerado culpado por tentativa de homicídio e teve pena unificada em 14 anos de prisão após ataque fracassado à então vice-presidente da Argentina

Atirador frustrado Fernando Sabag Montiel | Foto: Reprodução
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A Justiça argentina condenou nesta sexta-feira (3) o brasileiro Fernando Sabag Montiel a 10 anos de prisão pela tentativa de assassinato da ex-vice-presidente Cristina Kirchner, em setembro de 2022. O Tribunal também sentenciou Brenda Uliarte, companheira de Montiel, a 8 anos de prisão por participação no crime. O caso, que chocou o país, ocorreu quando Montiel tentou atirar contra Cristina a poucos centímetros de distância, mas a arma falhou.

A pena do brasileiro foi unificada com uma condenação anterior de quatro anos e três meses por posse e distribuição de material de abuso sexual infantil, totalizando 14 anos de prisão. O julgamento foi conduzido pela juíza Sabrina Namer, acompanhada dos magistrados Ignacio Fornori e Adrián Grünberg, sob forte esquema de segurança.

Atirador frustrado Fernando Sabag Montiel - Foto: Reprodução

Reações no tribunal

Durante a audiência final, os réus puderam fazer suas declarações antes da leitura da sentença. Sabag Montiel adotou um tom conspiratório e disse acreditar que o caso foi “armado”.

Basicamente, o que quero esclarecer é que este caso foi armado. Plantaram uma arma, e tudo faz parte de uma estratégia que Cristina Kirchner vem usando”, afirmou.

O brasileiro ainda fez comparações com o caso da morte do promotor Alberto Nisman, sugerindo que situações semelhantes estariam sendo repetidas.

A juíza Sabrina Namer chegou a interromper o depoimento, pedindo que Montiel se limitasse aos fatos apurados no processo. Mesmo assim, ele insistiu em citar nomes como o da juíza María Servini, do promotor Carlos Rívolo e até o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem acusou de interceder a favor de Cristina.

Brasileiro foi preso logo após o atentado contra Cristina Kirchner - Foto: Reprodução

Brenda e Carrizo se manifestam

A condenada Brenda Uliarte, que acompanhava o brasileiro no dia do ataque, preferiu não se pronunciar antes da leitura do veredicto. Já o terceiro envolvido, Nicolás Carrizo, foi absolvido por falta de provas, após as acusações contra ele serem retiradas pela promotoria.

Carrizo, que permaneceu preso durante todo o processo, lamentou o tempo que passou detido:

“Acho um pouco injusto que as pessoas fiquem presas tanto tempo para só depois ouvirem que podem ir embora em liberdade. Sinto essa impotência, por ter passado três anos que ninguém vai me devolver”, declarou.

Próximos passos

Os fundamentos da condenação serão divulgados em 9 de dezembro, quando as defesas de Montiel e Uliarte poderão apresentar seus recursos. O caso é considerado um marco na história política recente da Argentina, tanto pela gravidade do atentado quanto pelo contexto de polarização que o país viveu à época.

A sentença encerra uma das investigações mais midiáticas dos últimos anos e reforça a tensão entre apoiadores e críticos de Cristina Kirchner, que segue afastada da vida pública, mas ainda exerce forte influência no cenário político argentino.

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