O governo do Líbano informou que mais de 1 mil pessoas morreram e 6 mil ficaram feridas em ataques israelenses nas últimas duas semanas. Um total de 156 mulheres e 87 crianças estão entre as vítimas dos bombardeios. No último ano, o conflito entre Israel e o Hezbollah causou a morte de 1,6 mil libaneses e deixou milhares de feridos, aprofundando a crise humanitária no país.
O que aconteceu
Na reunião do Conselho de Segurança da ONU realizada nesta quarta-feira (2), o encarregado de negócios interino do Líbano, Al-Sayyid Hadi Hashim, afirmou que o país enfrenta uma situação devastadora, com milhares de pessoas desabrigadas. Segundo ele, cerca de 1 milhão de libaneses foram obrigadas a abandonar suas casas devido ao conflito, enquanto o país também abriga 2 milhões de sírios deslocados e 500 mil palestinos refugiados.
Bombardeios
Hashim destacou dois recentes bombardeios israelenses que causaram grande destruição. Em 23 de setembro, Israel realizou um ataque aéreo que matou 569 pessoas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, o dia mais mortal desde a guerra de 2006. Já em 29 de setembro, outro bombardeio em uma área residencial resultou na morte de 71 pessoas, muitas delas presas nos escombros, episódio que Hashim classificou como "massacre".
Versão de Israel
O governo de Israel afirma que seus ataques visam combater o Hezbollah, grupo extremista que tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023. Nos confrontos recentes, Israel relatou a morte de 50 soldados, incluindo oito que foram mortos na última quarta-feira. Além disso, Israel iniciou uma operação terrestre limitada no Líbano, alegando que os ataques são precisos e cirúrgicos.
O que diz o Líbano
Entretanto, o representante libanês na ONU refutou as alegações israelenses, afirmando que os bombardeios causaram enormes danos à infraestrutura civil e às populações locais. Ele apelou por ajuda humanitária urgente e solicitou um aporte financeiro de US$ 426 milhões (R$ 2,3 bilhões) para lidar com a crise humanitária que se desenrola no Líbano.
Apoio
O Líbano também pediu apoio internacional para pressionar Israel a aceitar um cessar-fogo de 21 dias, proposto por França e Estados Unidos. Hashim alertou que o Conselho de Segurança da ONU precisa agir rapidamente para evitar uma nova escalada no Oriente Médio, destacando que o Líbano está preso entre a destruição causada por Israel e a ambição de outros atores regionais.
Datas
23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano.
27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah
30 de setembro, Israel lançou uma operação terrestre no Líbano "limitada e precisa" contra alvos do Hezbollah
1º de outubro, o Irã atacou Israel como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados.