Um ataque chegou a atingir um comboio de civis que estava fugindo do norte de Gaza ao longo de uma rota indicada por Israel na sexta-feira (13), resultando na trágica morte de 70 pessoas, incluindo crianças e mulheres. Diante disso, o ministério da saúde palestino atribui a responsabilidade do ataque a Israel, enquanto este afirma estar investigando o incidente, alegando que seus "inimigos estão tentando impedir que civis deixem o norte".
Segundo a BBC News, o ataque ocorreu na estrada Salah-al-Din, uma das duas rotas de evacuação. A estrada estava congestionada devido ao movimento das pessoas de Gaza que seguiram as advertências de evacuação emitidas por Israel.
De acordo com registros de vídeo feitos por um palestino na Faixa de Gaza, o comboio de civis foi atingido por um míssil enquanto tentavam sair do norte em direção ao sul, seguindo as recomendações de Israel, que havia estipulado um prazo de 24 horas para a migração ser concluída.
No vídeo, compartilhado por Ahmed Alajrami, um cidadão brasileiro, é possível observar a presença de pelo menos 18 corpos de palestinos, incluindo muitas crianças pequenas, espalhados pela rua e sobre caminhões.
As imagens foram capturadas na área de Deir El-Balah pelo primo de Ahmed, enquanto tentava atravessar a fronteira do norte de Gaza. Eles conseguiram chegar ao centro do território e estão abrigados em outra escola com sua família, planejando sair na manhã seguinte em direção à cidade de Khan Younes, no sul.
O percurso entre a região central e Khan Younes é de cerca de 25 km e normalmente levaria aproximadamente 30 minutos de carro. No entanto, devido aos bombardeios israelenses, essa jornada não podia ser realizada em menos de duas horas.
Assim como a família de Ahmed, ao longo do dia, famílias inteiras se deslocaram para o sul, seja em carros, caminhões ou simplesmente a pé.
Ahmed e outros 19 cidadãos brasileiros estão abrigados em uma escola católica no norte de Gaza, aguardando o resgate pelo governo brasileiro. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Brasil conseguiu chegar a um acordo com o Egito, que faz fronteira ao sul da Faixa de Gaza, para que o grupo de brasileiros possa pegar um avião na fronteira entre o Egito e o território palestino ainda neste sábado, 14 de outubro.
Por fim, a expectativa é que um ônibus busque o grupo na escola durante a madrugada, levando-os para a região sul de Gaza.