O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou previsões climáticas para o mês de junho de 2023, indicando possíveis variações nas chuvas em diferentes regiões do Brasil e seus potenciais impactos na safra de grãos 2022/23. No noroeste da Região Norte, Amapá, nordeste do Pará e áreas pontuais do extremo norte e da costa leste da Região Nordeste, são esperadas chuvas acima da média, com volumes que podem ultrapassar 200 milímetros.
Por outro lado, no interior do Nordeste, Acre, Rondônia, sul do Amazonas e sudeste do Pará, são previstas chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média, principalmente na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde é comum uma redução das chuvas nessa época do ano, resultando em dias consecutivos sem precipitação.
Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão indica chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média, porém, não descarta a ocorrência de volumes mais expressivos no litoral da Região Sudeste, devido à passagem de frentes frias pelo oceano, que podem causar instabilidades nessas áreas. Com a redução das chuvas na parte central do país, é esperada uma diminuição da umidade relativa do ar, resultando em temperaturas máximas mais elevadas ao longo dos dias. Na Região Sul são previstas chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média, com volumes variando entre 100 mm e 200 mm. Assim como no Sudeste, a passagem de frentes frias poderá ocasionar pancadas de chuva em alguns dias do mês.
Impactos na safra de grãos
Quanto aos possíveis impactos na safra de grãos 2022/23, a estimativa do Inmet aponta que áreas do Matopiba podem enfrentar redução das chuvas e níveis de água no solo, principalmente no oeste da Bahia, Tocantins e sul do Piauí. Essa condição pode ser favorável para as fases finais dos cultivos de primeira e segunda safra, porém, as culturas em fases reprodutivas ainda enfrentarão restrição hídrica.
Nas áreas produtoras do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, espera-se que os níveis de água no solo se mantenham satisfatórios. No entanto, nas áreas centrais da Bahia e oeste do Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia), mesmo com chuvas dentro da média, é provável que o armazenamento de água no solo continue baixo, impactando negativamente culturas como feijão e milho terceira safra.
Na maior parte da região central do Brasil, o estabelecimento da estação seca levará a uma redução do armazenamento de água no solo, principalmente em áreas do centro e norte de Minas Gerais e entre os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, o que pode afetar as atividades agrícolas, principalmente, a segunda safra e as de inverno.
Níveis de água
Conforme as previsões do Inmet, na região Sul, os níveis de água no solo seguem com níveis satisfatórios empraticamente toda área, com exceção do norte do Paraná, no qual deve ocorrer uma leve reduão da umidade do solo. No entanto, a queda das temperaturas esperadas para esta época invluencia na redução da evapotranspiração e na redução do déficit hídrico em grande parte da região, beneficiando os cultivos de segunda safra e o estabelecimento dos cultivos de inverno. No Rio Grande do Sul, que recentemente passou por período longo de estiagem, há previsão de recuperação do armazenamento de água no solo, fato que contribuirá para o desenvolvimento inicial dos cultivos de inverno.
Com relação as temperaturas, há indícios de que devem ser acima da média na região central do Brasil, no interior do Nordeste, variando entre 22ºC e 26ºC. Nas demais regiões, a previsão é de temperaturas próximas e ligeiramente abaixo da média, com possibilidade de incursões de massas de ar frio, provocando queda acentuada da temperatura do ar, provocando valores médios inferiores a 14ºC sobre a parte leste da regiões Sul e Sudeste do Brasil.