O Governo de São Paulo vai substituir a produção manual das aulas digitais nas escolas estaduais paulistas pelo uso do ChatGPT, uma ferramenta de inteligência artificial. Antes, especialistas criavam esse material, mas agora os professores apenas avaliarão e ajustarão as aulas geradas pela IA para garantir que atendam aos padrões pedagógicos.
ADMINISTRAR O TEMPO: O texto explica que a ferramenta de inteligência artificial vai gerar a "primeira versão da aula com base nos temas pré-definidos e referências concedidas pela secretaria", segundo apurou a Folha de São Paulo. Os professores depois serão responsáveis por editar o material e encaminhar para uma equipe interna da secretaria, que fará a revisão final de aspectos linguísticos e formatação.
Em nota, a Secretaria de Educação confirmou que planeja testar o uso de inteligência artificial para produzir as aulas digitais do terceiro bimestre dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e do ensino médio. Segundo a pasta, a ferramenta vai ser usada para melhorar o que foi elaborado anteriormente pelos professores. A decisão de usar a IA foi do próprio secretário Renato Feder.
IA NA PRÁTICA: Os professores tinham que entregar quatro aulas por semana, mas com a ferramenta agora devem entregar três aulas a cada dois dias úteis, totalizando pelo menos seis por semana. As aulas digitais começaram a ser produzidas e distribuídas no ano passado como parte da estratégia de Feder para melhorar a educação em São Paulo, refletindo sua abordagem anterior enquanto era secretário no Paraná.
CONTROVÉRSIAS: O secretário de Educação defende que o material produzido sob sua orientação é mais adequado para orientar as aulas, já que prioriza os conteúdos cobrados em avaliações nacionais, como o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). No ano passado, Feder chegou a decidir abrir mão dos livros didáticos impressos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Assim, as escolas teriam à disposição apenas os slides.
Depois de uma série de críticas sobre a inviabilidade, o governo Tarcísio anunciou um recuo parcial. Ele decidiu que São Paulo voltaria a aderir ao programa nacional para continuar recebendo os livros impressos, mas manteve a produção e envio de slides para serem usados nas aulas.
“Ainda será testado e passará por todas as etapas de validação para que seja avaliada a possível implementação”, disse, em nota, a Secretaria de Educação sobre o processo de fluxo editorial com o uso do ChatGPT.