Governo anuncia auditoria e dá três dias para Enel resolver o apagão em SP

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a Enel tem três dias para resolver os problemas de maior volume e restabelecer a energia.

Apagão atinge São Paulo há três dias | Paulo Pinto/Agência Brasil/Fotos Públicas
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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, informou que o presidente Lula determinou uma auditoria para investigar o trabalho da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no apagão que atinge São Paulo desde a última sexta. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a Enel tem três dias para resolver os problemas de maior volume e restabelecer a energia.

Força-Tarefa

Ele anunciou a criação de uma força-tarefa para auxiliar a concessionária, envolvendo empresas como CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza. Com essa ajuda, o número de técnicos atuando passará de 1.400 para 2.900, reforçando os trabalhos de manutenção.

Críticas

Silveira criticou a concessionária pela falta de previsão de quando o serviço seria restabelecido, considerando isso um "grave erro de comunicação" e uma falha no compromisso contratual com a população de São Paulo. O ministro reforçou que a empresa precisa solucionar os problemas mais urgentes nos próximos três dias. Vinicius Carvalho, por sua vez, declarou que a Enel parece não ter condições de cumprir sua concessão, sugerindo que o contrato pode ser cassado se não houver mudanças na postura da empresa.

Falta de luz recorrente

Desde que a Enel assumiu a concessão para distribuição de energia na Região Metropolitana de São Paulo, houve um aumento de 35% nos eventos de interrupção de energia e o tempo médio para restabelecimento subiu 50%, segundo a Aneel. A empresa já foi multada em mais de R$ 320 milhões, mas apenas 28% desse valor foi pago, com a maioria das autuações ainda sendo disputadas na Justiça.

Multas

A maior multa aplicada à Enel, de R$ 165 milhões, foi em resposta à demora no restabelecimento da energia após o apagão de novembro de 2023, quando alguns clientes ficaram mais de dez dias sem luz. O ministro Silveira questionou a Aneel sobre a incapacidade de sua fiscalização em melhorar o serviço da operadora, levantando a possibilidade de forçar a caducidade da concessão antes do vencimento, previsto para 2028.

Politização do apagão

A disputa política em torno da crise energética também se intensificou. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu a atuação da prefeitura, destacando que o plano de contingência foi ativado na sexta-feira, com 4 mil pessoas trabalhando nas ruas. Nunes negou qualquer falha na resposta municipal e rebateu as críticas de seu adversário eleitoral, Guilherme Boulos (PSOL)que afirmou que a prefeitura foi lenta na poda de árvores, um dos fatores agravantes da crise.

Boulos critica gestão

Boulos, que concorre com Nunes no segundo turno das eleições municipais, criticou duramente a gestão da prefeitura no manejo de árvores, responsabilizando-a pelos transtornos causados pelo apagão. Segundo ele, o problema das quedas de árvores já havia sido alertado no ano anterior, e nada foi feito para prevenir a situação.

3 dias no escuro

O apagão já dura três dias e afeta cerca de 400 mil imóveis na Grande São Paulo. Além da falta de energia, a tempestade que atingiu a região causou a morte de sete pessoas e inúmeros transtornos no comércio e serviços públicos, acirrando o clima de troca de acusações entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo.

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