A Prefeitura de São Paulo acolheu 1,6 mil pessoas que vivem em situação de rua. Atenta às condições, a Capital tem conseguido dar cada vez mais abrigo a homens, mulheres, crianças e idosos em situação de vulnerabilidade. Elas são encaminhadas para hotéis contratados, onde recebem quatro refeições por dia e têm acompanhamento psicológico. Em um mês, foram 3.518 atendimentos feitos por uma equipe de arte-educadores, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e sociólogos.
“Trabalhamos fortemente para dar abrigo a pessoas que vivem em situação de rua. A Prefeitura vai conseguir o número de vagas que for necessária até que ninguém precise dormir em barracas. Mais que isso: procuramos dar dignidade a elas. Além de um abrigo, nossas ações oferecem atendimento médico, encaminhamento profissional e outros serviços”, diz o prefeito Ricardo Nunes.
As equipes do Ampara SP atuam 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana, percorrendo pontos mapeados previamente. Em alguns dos locais percorridos já é perceptível o resultado da ação. Na Praça do Patriarca, onde havia 10 barracas, houve uma redução de 70% dos abrigos improvisados.
Na Praça da Armênia, onde foi registrada a primeira ação do Ampara, a redução no número de barracas foi de 62,5%. Atualmente há três barracas no local. A maior parte das pessoas que dormiam nestes locais foi encaminhada para abrigos da cidade. A abordagem integral e interdisciplinar do Ampara SP trabalha com o fortalecimento do vínculo socioafetivo e da confiança para que os encaminhamentos ganhem escala.
“O Ampara SP vem conseguindo, dia após dia, avançar nos resultados para acolhimento das pessoas em situação de rua. Considero que, ao somar com as ações das equipes de SEAS, o projeto faz um trabalho complementar primordial a partir de profissionais tecnicamente multifacetados. Além disso, desde o início, estamos ofertando vagas em hotéis, que têm maior adesão por parte das pessoas que se encontram em situação de rua”, afirma o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr.
Dentre os acolhidos está a costureira Angélica Alves, de 39 anos, em condição de rua no bairro de Santana, na zona norte da cidade. Ela vivia em uma barraca próxima ao metrô.
“Já estou em situação de rua há 14 anos. Aceitei o acolhimento para sair dessa situação, para ter um endereço, o que vai me ajudar bastante a conseguir voltar a trabalhar”, afirmou
Para Silvio Bruno Lima, 48 anos, que estava em situação de rua na Praça Kennedy, na Mooca, o atendimento humanizado e o resgate da dignidade foram essenciais na hora de aceitar a oferta para uma vaga no hotel Vitória, no Brás.
“Vejo o acolhimento do Ampara como um trampolim para que eu consiga sair da situação de rua. Estou em um hotel social, e aqui, eu tenho dignidade para morar, tenho um banheiro, uma televisão e um ambiente limpo pra viver”, enfatizou.
Silvio nasceu em Americana, no interior de São Paulo, e vivia nas ruas da capital desde 2019, sempre dormindo sob uma lona improvisada.
"Eu não me conformava de morar embaixo de uma marquise, de uma lona. Mas agora, me sinto acolhido de verdade em um lugar que me olha como um ser humano. Só quem viveu nas ruas entende o que isso é pra gente”, afirmou.
Quando os atendimentos sociais resultam em encaminhamentos para a rede socioassistencial, o acolhido segue para vagas em hotéis, distribuídos em diversas regiões da cidade, ou em Centros de Acolhida, ambos serviços preparados para receber as pessoas de acordo com tipologia do equipamento, sejam elas pessoas sozinhas, com famílias, com algum tipo de deficiência, idosos e população LGBTQIA+. Nestes equipamentos, as pessoas recebem, além da hospedagem, café da manhã, almoço, lanche e jantar. As vagas são fixas, e não apenas para pernoite.
O Ampara SP conta com 46 técnicos especializados, sendo 20% deles com trajetória de rua e 10%, LGBTQIA+. Durante o período da Operação Baixas Temperaturas (OBT), as equipes vão reforçar o trabalho de SEAS para aumentar a adesão ao acolhimento das pessoas em situação de rua.