A taxa de infectados por dengue no Brasil saltou de 0,7% para 13% em menos de dois meses. É o que mostra um levantamento sobre arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos) feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Os dados levam em conta o período entre 19 a 25 de novembro de 2023 e 14 a 20 de janeiro de 2024. Trata-se de um percentual maior que o registrado no mesmo período de 2022 (8%) e 2023 (6%).
Entre janeiro de 2022 e 2024, foram realizados mais de 50 mil testes de dengue pelos laboratórios do Hospital Albert Einstein, Hillab, HLAGyn e Sabin, dados utilizados para basear a pesquisa. Com esses números, o Instituto avalia que a escalada tende a continuar, já que, historicamente, o pico da doença acontece entre os meses de abril e maio — o que deve se repetir neste ano.
O Instituto destaca, porém, que trata-se de uma amostragem baixa em relação à população brasileira e que a maioria dos diagnósticos foi feita nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Além disso, existe a possibilidade de falsos positivos — o que pode reduzir a precisão dos diagnósticos.
Apesar disso, o aumento registrado pela pesquisa pode ser considerado alarmante, segundo a infectologista Eliana Bicudo, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). "Os dados corroboram para o fato de que estamos vivendo uma emergência sanitária", pontua. Só neste ano, segundo o Ministério da Saúde, foram registrados mais de 364 mil casos prováveis de dengue e 40 óbitos.
Dados sobre a dengue no país na última terça-feira (6), mostraram um aumento de quase 20 mil casos em 24 horas. Segundo o Ministério da Saúde, na terça-feira (6) no país, em 2024, já havia 364.855 casos de dengue notificados. No dia anterior eram 345.235, um aumento de 19.353 casos prováveis em 24 horas.
Com informações de Estadão