Reoneração dos combustíveis vai garantir R$ 14,8 bilhões no 2º semestre

Inicialmente, a expectativa era de que a cobrança integral dos impostos entrasse em vigor somente a partir de 1º de julho.

Receita Federal | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

A Receita Federal divulgou nesta quinta-feira, 29 de junho de 2023, que a reintrodução das alíquotas cheias do PIS/Cofins e da Cide sobre os combustíveis - gasolina, etanol e querosene de aviação - resultará em um acréscimo de R$ 14,8 bilhões na arrecadação federal ao longo do segundo semestre deste ano.

De acordo com cálculos da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), o preço da gasolina aumentou em R$ 0,27 por litro em virtude da nova alíquota do PIS/Cofins, além de mais R$ 0,07 devido à reintrodução da Cide, totalizando um impacto de R$ 0,34 por litro. Já o etanol teve um aumento de R$ 0,22 por litro, enquanto o querosene de aviação teve um acréscimo de R$ 0,07 por litro.

Inicialmente, a expectativa era de que a cobrança integral dos impostos entrasse em vigor somente a partir de 1º de julho, conforme estipulado na Medida Provisória 1.163/2023. No entanto, como a medida não foi votada no Congresso Nacional e perdeu a validade na quarta-feira, 28 de junho, a reoneração foi antecipada em dois dias.

Para conter o aumento dos preços dos combustíveis às vésperas das eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou o PIS/Cofins em junho de 2022. Essa medida foi prorrogada por dois meses pelo atual presidente, Lula, mantendo os tributos zerados em janeiro e fevereiro. Devido ao impacto nas contas públicas, o governo decidiu reintroduzir parcialmente a cobrança por quatro meses, por meio da Medida Provisória 1.163, promulgada em 28 de fevereiro. Após esse período, os tributos seriam novamente cobrados na sua totalidade.

A Cide, que estava zerada desde a greve dos caminhoneiros no governo de Michel Temer, foi retomada, com o valor de R$ 0,10 por litro de gasolina. Em maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a Petrobras poderia reduzir novamente os preços nas refinarias para ajudar a conter o aumento previsto com o fim da Medida Provisória. No entanto, até o momento desta quinta-feira, 29 de junho, a empresa estatal de petróleo não anunciou nenhum ajuste nos preços.

Além do retorno dos tributos federais, há também o aumento do ICMS, imposto estadual que passou a ter uma alíquota única em todos os estados desde 1º de junho. Essa medida resultou em um aumento nos preços dos combustíveis em 20 estados.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES