A produção industrial brasileira apresentou uma alta de 1,1% em março deste ano, em relação ao mês anterior, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) divulgada pelo IBGE. Apesar de ter registrado queda nos dois primeiros meses do ano e estabilidade em dezembro de 2022, a indústria obteve um aumento em março. Comparado com o mesmo período do ano anterior, o setor teve um crescimento de 0,9%.
Entretanto, no acumulado do ano, a produção ainda está com uma queda de 0,4%, e no acumulado dos últimos 12 meses, permanece estável. Entre os 25 ramos pesquisados, 16 apresentaram crescimento, com destaque para as atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%).
Os produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), outros equipamentos de transporte (4,8%), produtos químicos (0,6%), couro, artigos para viagem e calçados (2,8%) e produtos de minerais não metálicos (1,2%) também influenciaram o crescimento do setor. Em contrapartida, oito ramos apresentaram queda, como confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%), móveis (-4,3%) e produtos de metal (-1%).
Dos quatro grandes setores da indústria, três tiveram aumento de fevereiro para março: bens de capital (6,3%), bens intermediários (0,9%) e bens de consumo duráveis (2,5%). A exceção ficou com os bens de consumo semi e não duráveis, que recuaram 0,5%. Segundo o pesquisador do IBGE, André Macedo, mesmo com o aumento em março, a recuperação do setor ainda não foi suficiente para recuperar as perdas recentes.
André Macedo também apontou que há diversos fatores conjunturais que contribuem para as dificuldades na recuperação da indústria brasileira, como a taxa de juros elevada, que dificulta o acesso ao crédito, a alta taxa de inadimplência e o alto nível de endividamento das famílias, além do grande número de pessoas fora do mercado de trabalho e a alta informalidade. Com isso, o pesquisador destaca a necessidade de avaliar tais elementos para entender a situação da indústria brasileira.
“Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade”, informou o pesquisador, segundo nota divulgada pelo IBGE. (Com informações da Agência Brasil)