A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira (23) o Boletim Macrofiscal, no qual foram anunciadas revisões nas projeções econômicas do Brasil. De acordo com o relatório, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 foi elevada de 1,6% para 1,9%. Além disso, houve um aumento na projeção da inflação.
A revisão positiva na projeção do PIB é atribuída ao aumento do crescimento esperado para este ano, que tem se refletido nos indicadores econômicos divulgados até o primeiro trimestre e o início do segundo trimestre. Em particular, o setor agropecuário teve sua projeção de crescimento revisada de 10,4% para 11%. Já a projeção de crescimento para a indústria passou de 0,4% para 0,5%, enquanto para o setor de serviços aumentou de 0,9% para 1,3%.
No entanto, a projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foi revisada, passando de 5,31% para 5,58%. Essa estimativa continua acima da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A revisão na projeção do IPCA foi influenciada principalmente pela mudança na alíquota do ICMS sobre a gasolina e pelos reajustes previstos para jogos de azar e plano de saúde. Esses impactos não foram totalmente compensados pela redução anunciada no preço da gasolina, que não acompanhou a queda nos preços internacionais do petróleo.
Além disso, o Boletim Macrofiscal também apresentou outras atualizações. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para o cálculo do salário mínimo e ajuste de aposentadorias, foi revisada para uma variação de 5,34% neste ano. Já a projeção do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que engloba o setor atacadista, custo da construção civil e consumidor final, foi reduzida de 3,85% para 2,06%.
Em relação às contas públicas, a projeção do déficit primário do governo, que representa o resultado negativo sem os juros da dívida pública, passou de R$ 99,01 bilhões para R$ 100,67 bilhões. Esse valor leva em consideração as medidas fiscais anunciadas em janeiro. Quanto à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que é um indicador importante para comparar o endividamento dos países, a projeção foi ligeiramente reduzida, de 77,6% para 77,09% do PIB.