O começo de janeiro é o momento em que muitas pessoas revisam suas contas e gastos do final do ano. Apesar do benefício do 13º salário, os meses de dezembro e janeiro frequentemente resultam em despesas extras, como confraternizações, presentes, IPTU, IPVA e material escolar. Essa realidade contribui para o aumento do endividamento da população. De acordo com o último Mapa da Inadimplência do Serasa, 34% da população do Piauí está endividada, representando a menor taxa do país, mas ainda assim, um terço da população do estado.
Diante desse cenário, é crucial iniciar 2024 com um planejamento financeiro sólido para garantir um ano sem apertos financeiros. Erli Bandeira, especialista em Finanças e Consultor de Negócios da Central Sicredi Nordeste, destaca a importância de analisar os gastos do final de 2023 para compreender a situação financeira no início do ano.
O próximo passo, segundo Bandeira, é listar os gastos fixos para todo o ano, como moradia, alimentação, saúde, telefonia e energia. Isso permite calcular o valor disponível para despesas extras e imprevisíveis. Além disso, o especialista incentiva a criação de um fundo de emergência para situações inesperadas, como problemas de saúde, para evitar recorrer ao crédito.
Bandeira destaca que não é necessário poupar grandes quantias todo mês; o hábito de poupar deve começar com qualquer valor. Com o tempo, é recomendável ter uma reserva equivalente a pelo menos três vezes o valor da renda mensal.
Registrar as despesas é outro hábito recomendado. Isso pode ser feito por meio de planilhas físicas, no computador ou usando aplicativos de organização financeira. Segmentar os gastos por categorias facilita a identificação de áreas para possíveis cortes.
Por fim, Bandeira sugere a eliminação de dívidas antigas, aproveitando programas de renegociação como o "Desenrola". Com uma postura proativa, procurar os credores e demonstrar interesse em quitar as dívidas pode facilitar a adaptação das obrigações financeiras à realidade do devedor.
A Central Sicredi Nordeste, presente na região há mais de 30 anos, desempenha um papel fundamental no cooperativismo financeiro, contribuindo para a economia local, geração de emprego, inclusão e educação financeira, atendendo a cerca de 210,8 mil associados em nove estados nordestinos.