O Piauí alcançou o 4º lugar no Brasil, entre os estados que mais investiram recursos públicos em ciência e tecnologia. É o que revela o Índice Fiec 2022, uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará, que contribui para a construção de agendas de desenvolvimento. São Paulo (1º), Rio de Janeiro (2º) e Espírito Santo (3º) lideram o ranking.
Parte do recurso aplicado pelo Governo Estadual em ciência e tecnologia passa pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), que no ano passado alcançou o recorde de R$ 18,7 milhões investidos em 2022. O valor representa quase o dobro do executado em 2019 (R$ 10,9 milhões). Os recursos financiam ações diversas, entre elas o pagamento de 590 bolsas de estudo, que abrangem da iniciação científica ao pós-doutorado.
Criada em 1993, a Fapepi se destaca como principal instituição de fomento e apoio a pesquisa, inovação científica e tecnológica, desenvolvimento sustentável. Nos últimos 5 anos, a instituição investiu R$ 64,5 milhões em ciência e tecnologia.
Entre os anos de 2020 a 2021, o Piauí ocupou a 5ª posição, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo, como o estado que mais ampliou o orçamento para investimento em ciência, tecnologia e inovação do País.
Programa Centelha I
Por meio do Programa Centelha I, a Fapepi apoia e acompanha o trabalho de 20 empresas de base tecnológica, que seguem desenvolvendo seus projetos. Em outra frente, no programa denominado Tecnova, a instituição vem apoiando empreendimentos já consolidados no mercado, estimulando o desenvolvimento de projetos inovadores. Em 2022 foram contempladas 13 empresas no Tecnova, com investimento total de R$ 2,4 milhões.
Convênios
A Fapepi mantém convênio com CNPq, Capes e Finep. Com o CNPq, as contrapartidas do Tesouro Estadual chegam a mais de R$ 4,5 milhões. Com a Capes, a contrapartida ultrapassa R$ 1,8 milhão e com a FINEP, os recursos investidos como contrapartida supera a marca de R$ 3 milhões. Em projetos da própria Fapepi foram investidos mais de R$ 3,4 milhões.
Durante a pandemia, a Fapepi investiu R$ 1,8 milhão no desenvolvimento de uma tecnologia de respiradores de baixo custo para combater os efeitos da Covid. Os recursos foram viabilizados por meio da modalidade “Encomenda Tecnológica” usada para contratar pesquisas.
Pesquisa é essencial para o desenvolvimento da indústria
A pesquisa é um requisito indispensável para o desenvolvimento da indústria, e os investimentos realizados pelo Governo do Piauí, suscitam boas expectativas no setor. “Sempre a inovação em ciência e tecnologia traz eficiência nos processos. Significa melhora nos custos, tornando as empresas mais competitivas e os produtos mais acessíveis para os consumidores”, avalia Federico Musso, presidente do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI).
Na prática, a aplicação de uma pesquisa pode revolucionar a rotina de uma indústria. A automação de processos permite uma maior inclusão no setor, possibilitando, por exemplo, que mulheres passem a executar atividades antes exclusivas de homens. Pode ainda reduzir esforços físicos, promovendo melhoria da saúde dos funcionários, minimizando afastamentos por doenças, entre outros benefícios.
A Fapepi projeta como desafios aumentar o número de startups criadas no Piauí, ampliar o número de pesquisadores atendidos e seguir promovendo a inovação tecnológica em empresas piauienses. O trabalho promete mais resultados em curto, médio e longo prazos.