Mudanças climáticas: Preços dos alimentos podem subir em 2024, diz economista

Eventos climáticos extremos podem impactar os preços no varejo ainda este ano, alerta economista.

Preços dos alimentos podem aumentar em razão das mudanças climáticas | Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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A resistência dos produtores de alimentos está sendo testada pelas variações climáticas bruscas. O economista Thiago de Oliveira, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), alerta que esses os eventos climáticos extremos podem impactar os preços no varejo ainda em 2024.

Produtos

Segundo Oliveira, os cítricos, como laranjas e limões, são os mais afetados pelas condições climáticas instáveis. O clima seco pode comprometer a produtividade, atrasar a colheita e favorecer o avanço de doenças como o Cancro Cítrico e o Greening, transmitido pelo inseto Psilídeo. Essas doenças já resultaram na erradicação de mais de 2 milhões de árvores cítricas no estado de São Paulo em 2023. 

Hortaliças

Tanto folhas quanto legumes, o impacto deve ser sentido em dezembro. Embora o clima seco recente tenha favorecido a colheita, ele prejudica os ciclos de plantio e crescimento das plantas. Esses produtos, assim como os cítricos, costumam ter maior demanda durante os meses mais quentes.

Desafios

Oliveira destaca que a instabilidade climática marcou o último ano, dificultando o planejamento agrícola. “O pequeno produtor é o mais prejudicado, já que, ao contrário dos grandes, não possui diversificação de culturas. Com módulos de produção menores, não há capital de giro ou capacidade de investimento. Isso, no entanto, ainda não resultou em endividamento, pois muitos estão plantando em áreas menores e evitando riscos maiores”, observou.

Perspectivas

Apesar dos desafios climáticos, os preços de frutas e verduras vinham registrando queda nos últimos meses, segundo dados da Ceagesp e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Produtos como tomate e batata se destacaram nas reduções de preços da cesta básica.

Incêndios

São Paulo vem enfrentando grandes queimadas desde agosto, agravadas pela seca. Até o dia 16 de setembro, cinco municípios ainda registravam incêndios ativos. A Defesa Civil, em parceria com 20 aeronaves, conseguiu controlar 88% dos focos de incêndio em uma semana, ajudada por uma leve nebulosidade e chuvas esparsas. Ainda assim, três municípios – Itirapuã, Rifaina e Bananal – permaneciam com focos ativos. (Com informações da Agência Brasil)

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