Os sites de apostas terão que ser registrados no Ministério da Fazenda para poderem veicular anúncios na plataforma. Essa é a nova atualização da política de publicidade anunciada nesta sexta-feira (27) pelo Google. A exigência será feita a partir do 30 de setembro.
O que aconteceu
A medida foi divulgada em meio ao aumento das discussões sobre o impacto das apostas no Brasil, impulsionadas por dados recentes do Banco Central (BC), que apontaram um gasto de R$ 3 bilhões por beneficiários do Bolsa Família em plataformas de apostas online.
Fazenda e MDS
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula solicitou ações de todos os ministérios envolvidos na regulamentação das apostas online, com o objetivo de "colocar ordem" nesse setor. O Ministério do Desenvolvimento Social, por sua vez, anunciou que um grupo de trabalho apresentará na próxima semana medidas para impedir que os recursos do Bolsa Família sejam utilizados em apostas online.
Banco do Brasil
- Além das ações governamentais, o setor financeiro também está em movimento. O segmento de cartões de crédito discute antecipar a proibição do pagamento de apostas com crédito, que, de acordo com o Ministério da Fazenda, será bloqueado em janeiro de 2024. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) estão pressionando para que essa proibição entre em vigor ainda em 2024, com o objetivo de conter o aumento da inadimplência. Em entrevista, o presidente da Febraban sugeriu, inclusive, a proibição do uso do Pix em transações de apostas.
Questionamentos
O estudo do BC, que trouxe à tona essas discussões, gerou questionamentos por parte de executivos do setor e membros do governo. O Ministério da Fazenda aguarda mais detalhes sobre a metodologia utilizada pelo Banco Central e planeja reuniões para avaliar o impacto das apostas no país.