O dólar, a bolsa, o crescimento do PIB e a desaceleração da inflação são fatores que estão apontando para um fortalescimento da economia brasileira nos últimos meses e que trazem bons indicadores, de acordo com as análises da equipe econômica do governo. O dólar voltou a cair e fechou na menor cotação em um ano, chegando a R$ 4,86. Também nesta segunda o Ibovespa fechou em alta de 0,27%, aos 117.336 pontos, chegando ao sétimo pregão seguiido de valorização.
Com todos esses indicadores a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está otimista em relação à possibilidade de uma redução da taxa básica de juros da economia, conhecida como Selic, para 12% até o final deste ano. Essa estimativa leva em consideração os atuais índices de inflação e os sinais emitidos pelo Banco Central (BC). Atualmente, os juros estão em 13,75%, um patamar que tem sido alvo de críticas do governo.
A ministra Simone Tebet, da pasta do Planejamento e Orçamento, declarou hoje que o governo fez o dever de casa e que vê condições favoráveis para que os juros começem a cair no Brasil. “Estamos dando todos os elementos e condições para que o Banco Central, o Copom, possa começar a olhar com carinho, mostrar uma tendência de queda dos juros já a partir de agora, prevendo a queda de juros a partir de agosto", afirmou.
Já o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem sido constantemente criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a curva de juros tem tido uma queda relevante, mas que o Banco Central tem que agir com parcimônia. "A curva de juros futuros tem tido queda relevante. Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para atuação de política monetária à frente", destacou.
O mercado também espera que a Selic inicie um declínio gradual a partir de agosto. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central está agendada para a próxima semana, nos dias 21 e 22 de junho. Nessa reunião, o governo espera que o Copom dê sinais claros de uma redução dos juros. Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a projeção é que a Selic termine 2023 em 12,50%, já o governo está mais otimista e acredita que a taxa possa chegar aos 12% no final de 2023.
De acordo com membros da equipe econômica da Fazenda, a inflação está sob controle, e indicadores como a deflação do IGPM reforçam essa visão. Em maio, o IGPM registrou uma deflação de 1,84%, após uma queda de 0,95% em abril. Esses números levam a crer que não há motivos para manter a taxa de juros em 13,75%. Além disso, o IPCA, que mede a inflação oficial do país, registrou um aumento de apenas 0,23% em maio deste ano, indicando uma tendência de queda.
A equipe da Fazenda está buscando convencer o Banco Central com dados adicionais, além da inflação, como a aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara e a visão de que a redução dos juros será fundamental para impulsionar o crescimento econômico no próximo ano.