O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encerrou o ano de 2023 com um crescimento acumulado de 2,9%, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na primeira metade, o destaque foi a atividade econômica impulsionada por uma safra excepcional de grãos. Com recordes na produção de soja e milho, o setor agropecuário registrou um aumento notável de 15,1% no ano, estabelecendo um recorde na série histórica que se estende desde 1996.
Ao considerar apenas o último trimestre de 2023, o PIB apresentou estagnação (0%) em relação aos três meses anteriores, de acordo com o IBGE. Nesse período, a previsão mediana dos analistas era de uma variação de 0,1%, conforme a Bloomberg.
Como se deu o aumento do PIB?
O ano de 2023 foi marcado pela expansão da safra agrícola, impulsionando a agropecuária e contribuindo para o crescimento das exportações em 9,1%. A retomada do mercado de trabalho, com abertura de empregos, melhora da renda e controle da inflação, também estimulou o consumo. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) implementou medidas, como a transferência de recursos via Bolsa Família, visando beneficiar as camadas mais pobres da população.
Destacando-se ainda nos produtos primários, segmentos da indústria experimentaram um aumento positivo de 1,6%, especialmente nas indústrias extrativas, que cresceram 8,7%. A recuperação das economias globais impulsionou a extração de petróleo, gás natural e minério de ferro, contribuindo para o desempenho positivo da economia.
No entanto, os juros elevados representaram um obstáculo ao consumo, sendo que o ciclo de cortes na taxa básica, a Selic, só teve início em agosto. Mesmo com os desafios na segunda metade de 2023, a economia superou as projeções iniciais, que apontavam para um crescimento de apenas 0,8% ao final de 2022.
Para 2024, as projeções indicam uma desaceleração, com analistas do mercado estimando um avanço de 1,75% no PIB, segundo a mediana da última edição do boletim Focus divulgado pelo Banco Central. As previsões, no entanto, têm apresentado ajustes, com o mercado esperando um crescimento de 1,52% ao final de 2023. Neste ano, a economia pode não contar com o mesmo impulso do setor agropecuário, devido a fenômenos climáticos extremos, mas o ciclo de queda dos juros é visto como um possível estímulo ao consumo, incluindo bens de maior valor agregado dependentes de financiamento.
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