O dólar fechou em alta nesta terça-feira (29), alcançando R$ 5,76, o maior nível desde 30 de março de 2021, quando foi cotado a R$ 5,7613. Mesmo com a divulgação de novos dados econômicos, investidores permanecem cautelosos, aguardando um possível anúncio de cortes de gastos por parte do governo federal.
O que aconteceu
Durante o dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que terá uma série de reuniões com o presidente Lula ao longo da semana, mas não forneceu uma data para anunciar um novo pacote de ajuste fiscal que envolva cortes nas despesas públicas. Anteriormente, Haddad mencionou que o governo poderia lançar novas medidas estruturais após as eleições municipais, como uma possível redução de até R$ 60 bilhões nos gastos públicos, o que traria maior credibilidade à política econômica.
Abaixo
Os dados mais recentes do Banco Central mostraram que os investimentos diretos no Brasil em setembro ficaram abaixo do esperado, somando US$ 5,23 bilhões, frente à expectativa de US$ 5,60 bilhões. Além disso, o país registrou um déficit em transações correntes de US$ 6,53 bilhões, acima do previsto, que era de US$ 5,0 bilhões, reforçando as preocupações sobre o cenário fiscal.
Bolsa
No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia em queda. Embora o índice tenha registrado o melhor desempenho mensal desde novembro do ano passado, o mercado de câmbio não acompanhou o otimismo. A incerteza quanto às medidas fiscais e a volatilidade dos indicadores econômicos têm mantido o dólar em tendência de alta.
Cotação
Ao final da sessão, o dólar acumulou alta de 0,92% no dia, totalizando um avanço de 0,99% na semana, 5,77% no mês e 18,72% no ano. Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 5,7666, reforçando o clima de espera e cautela entre investidores que monitoram de perto os próximos passos da política econômica do governo.