O dólar fechou esta sexta (13) em alta de 0,43%, sendo cotado a R$ 6,03, mesmo após intervenção do Banco Central (BC) no mercado de câmbio à vista. A ação, realizada no meio da tarde, teve uma janela de cinco minutos para captação de ofertas e buscou conter a volatilidade da moeda americana, que chegou a atingir R$ 6,07 na máxima do dia.
Propostas
No leilão extraordinário, foram acolhidas nove propostas que totalizaram US$ 845 milhões, abaixo da oferta inicial de US$ 1 bilhão. A operação ocorreu um dia após o BC já ter injetado US$ 4 bilhões no mercado à vista. Apesar da movimentação pontual, o dólar acumulou ligeira desvalorização de 0,6% na semana.
Fatores
Segundo Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, o movimento não foi inesperado, considerando o aumento sazonal na demanda por dólares no final do ano. Segundo ele, fatores como o envio de dividendos ao exterior costumam pressionar o câmbio nesse período, justificando intervenções preventivas.
Câmbio
Para Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, o BC possui um amplo mapeamento do fluxo cambial e realizou o leilão de forma preventiva. “Foi para conter uma demanda pontual, evitando que o câmbio renovasse a máxima histórica com poucos contratos negociados”, explicou.
Pressão
Além da demanda sazonal, o cenário fiscal brasileiro também contribuiu para a pressão no câmbio. A indefinição sobre ajustes nas contas públicas e o andamento de reformas no Congresso Nacional preocupam investidores. O volume de pautas a serem votadas no final do ano legislativo adiciona incertezas ao mercado.