Como um diamante de R$ 30 Mi gerou decepção para dois escavadores adolescentes

O sonho deles ganhou vida quando encontraram uma pedra grande e brilhante no solo, acreditando que isso transformaria suas vidas

Diamante da esperança vira pesadelo | Montagem/MeioNorte
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Em uma nação africana onde diamantes muitas vezes são associados ao derramamento de sangue e miséria, havia uma esperança de que essas pedras preciosas pudessem trazer prosperidade à população local. Komba Johnbull e Andrew Saffea, ainda adolescentes na época, destacavam-se como os mais jovens de um grupo de cinco escavadores que trabalhavam incansavelmente para desenterrar essas riquezas.

O sonho deles ganhou vida quando encontraram uma pedra grande e brilhante no solo, acreditando que isso transformaria suas vidas. No entanto, seis anos depois, a descoberta que prometia esperança estava impregnada de decepção.

Saffea, um estudante brilhante forçado a abandonar a escola devido à pobreza, e Johnbull, cuja família foi devastada pela guerra civil de 1991-2002, uniram-se a um grupo de escavadores patrocinados por um pastor local. Embora não recebessem pagamento, eram fornecidos com equipamentos básicos e alimentação. O acordo era simples: se descobrissem um diamante, o patrão ficaria com a maior parte.

Trabalho exploratório

A jornada de trabalho era exaustiva, enfrentando longas horas na fazenda antes de se dedicarem à mina. O objetivo era poupar dinheiro para voltar à escola, mas a realidade do trabalho árduo era devastadora.

A descoberta que mudaria suas vidas ocorreu em uma sexta-feira, 13 de março de 2017, quando Johnbull avistou uma pedra brilhante na água corrente. Era um diamante de 709 quilates, o décimo quarto maior já registrado.

O diamante foi vendido em leilão por US$ 6,5 milhões (em cotação atual, como referência, esse valor seria equivalente a mais de R$ 30 milhões).

Os escavadores receberam um pagamento inicial de apenas US$ 80 mil (R$ 400 mil, na cotação atual) cada.

A promessa de uma vida melhor começou a desvanecer quando perceberam que receberam apenas essa pequena parte do lucro, apesar do valor total do diamante. Saffea e Johnbull tinham esperanças de construir uma casa e continuar os estudos, mas seus planos foram frustrados.

As tentativas de viajar para o exterior em busca de uma vida melhor resultaram em desafios e decepções. Saffea, por exemplo, acabou cuidando de cavalos em um estábulo, uma realidade distante de seus sonhos de riqueza.

Reconhecimento invisibilizado

O reconhecimento também foi escasso, com os escavadores sentindo que sua contribuição para a descoberta do diamante foi ignorada. Hoje, enquanto Johnbull trabalha na fabricação de esquadrias de alumínio em Freetown, Saffea planeja se juntar a ele se suas ambições no exterior não se concretizarem.

Apesar das reviravoltas e desilusões, ambos almejam proporcionar uma vida melhor para suas famílias, rompendo com o ciclo de adversidades que enfrentaram ao longo de suas vidas.

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