O forte aumento dos preços dos alimentos está preocupando bares e restaurantes, que já percebem mudanças no comportamento e consumo dos clientes. Uma pesquisa global feita pela Ticket em 19 países onde atua revelou que 65% dos estabelecimentos no Brasil tiveram impacto em seus negócios em 2022, o segundo maior índice, atrás apenas do Chile, com 74%.
Segundo Felipe Gomes, diretor-geral da Ticket, essa situação é resultado do impacto no poder de compra do trabalhador, que devido à crise econômica mundial, teve que distribuir ainda mais a sua renda de consumo de comida para absorver também o custo de outros itens básicos, como educação e saúde.
A pesquisa também mostrou que os benefícios de refeição e alimentação impactam positivamente não apenas na qualidade da alimentação dos colaboradores, mas também no faturamento dos restaurantes, o que é ainda mais importante em tempos de crise. Dos funcionários entrevistados, 83% dos franceses, 81% dos romenos, 71% dos italianos e 50% dos brasileiros disseram que perderiam poder de compra se não recebessem benefícios de refeição e alimentação, enquanto 63% dos belgas acreditam que teriam piores hábitos alimentares sem eles.
Setor aéreo brasileiro registra mais de 6,5 milhões de passageiros
Na crise da indústria farmacêutica, sofrem os pobres- Por José Osmando
Quase um quarto dos brasileiros não têm comida suficiente, diz Datafolha
A pandemia de covid-19 também influenciou na qualidade da alimentação dos trabalhadores, com 73% deles dizendo estar mais atentos à sua saúde e hábitos alimentares, e 79% gostariam de ter acesso a opções mais saudáveis nos cardápios dos restaurantes.
Para a maioria dos trabalhadores, isso significa produtos frescos (67%) e a indicação sobre os componentes nutricionais (36%). As maiores expectativas foram reveladas por trabalhadores de Portugal, Hungria, Espanha, Turquia, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai (mais de 85%). Entre os restaurantes, 61% concordam que os clientes buscam opções saudáveis, tendo o Brasil como destaque, com 70%.