Balança comercial do Brasil tem superávit de US$ 8,534 bi em maio

Apesar da redução, esse é o terceiro melhor resultado para maio, atrás apenas dos recordes de 2023 (US$ 10,978 bilhões) e 2021 (US$ 8,536 bilhões).

Exportações do Brasil | Ricardo Botelho / Minfra
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A queda nos preços internacionais da soja e do minério de ferro impactou negativamente o superávit da balança comercial brasileira em maio. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o superávit do país atingiu US$ 8,534 bilhões, um valor 22,3% menor em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar da redução, esse é o terceiro melhor resultado para maio, atrás apenas dos recordes de 2023 (US$ 10,978 bilhões) e 2021 (US$ 8,536 bilhões).

Superávit

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 35,887 bilhões, o maior valor para o período desde o início da série histórica em 1989. Esse resultado representa um crescimento de 3,9% em relação ao mesmo período de 2023. Embora o saldo positivo em maio tenha sido menor, os números gerais do ano continuam fortes, impulsionados pelo desempenho acumulado dos meses anteriores.

Queda nas exportações

As exportações brasileiras totalizaram US$ 30,338 bilhões em maio, uma queda de 7,1% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, as importações se mantiveram relativamente estáveis, somando US$ 21,804 bilhões, um aumento leve de 0,5%. A principal causa da redução nas exportações foi a queda nos preços internacionais da soja, do minério de ferro e das carnes, que não puderam ser compensadas pelas altas nas vendas de produtos como algodão, petróleo bruto e café.

Setores afetados

O setor agropecuário foi especialmente afetado, com o volume de mercadorias exportadas caindo 3,4% em maio na comparação anual e o preço médio diminuindo 15,7%. No setor industrial, a quantidade exportada caiu 8,4%, com uma ligeira queda de 0,9% nos preços médios. Já na indústria extrativa, houve um aumento de 16,6% no volume exportado, apesar de uma queda de 2,1% nos preços médios.

A retração nos preços das commodities desde meados de 2023, após o pico observado com o início da guerra entre Rússia e Ucrâniacontribuiu para a redução do superávit. Entretanto, o minério de ferro apresentou alguma recuperação devido aos estímulos econômicos da China, principal compradora do produto. Em maio, o volume de mercadorias exportadas caiu 1,9% e os preços médios recuaram 5,1% na comparação anual. Nas importações, o volume aumentou 7,5%, enquanto os preços médios caíram 6,5%.

Estimativas

Em abril, o governo brasileiro revisou para baixo a previsão de superávit comercial para 2024, de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões, uma queda de 25,7% em relação a 2023. As estimativas do MDIC indicam que as exportações devem cair 2,1% este ano, totalizando US$ 332,6 bilhões, enquanto as importações devem crescer 7,6%, alcançando US$ 259,1 bilhões. O aumento das importações é esperado devido à recuperação econômica, que deve elevar o consumo interno em um cenário de preços internacionais menos voláteis.

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