Agronegócio do Brasil registra exportações de US$ 15,71 bilhões em junho

Os destaques ficaram com as exportações do complexo soja, carnes (frango e bovina) e café

Exportação agronegócio | Divulgação
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Com elevação do índice de preços em 28,5% comparado ao mesmo mês do ano anterior, as exportações brasileiras do setor agropecuário atingiram o valor recorde da série em junho de 2022:  US$ 15,71 bilhões (+31,2%). Também houve expansão de 2,1% no volume embarcado.

As importações de produtos do agronegócio foram de US$ 1,53 bilhão (+19,8%), com alta de 17,9% dos preços médios e 1,6% do quantum importado.

Os destaques de junho/2022 ficaram com as exportações recordes do complexo soja, carnes (frango e bovina) e café.

Exportação do setor agropecuário atingiu recorde (Divulgação)

Complexo soja

O complexo soja, principal setor exportador do agronegócio brasileiro, alcançou registros recordes de US$ 8,06 bilhões em vendas externas para meses de junho (+31,9%), mesmo com queda do volume importado (-2,3%), em virtude do desempenho da soja em grãos.

A China, tradicional importadora da oleaginosa brasileira, adquiriu em junho 64,5% da quantidade exportada, 6,49 milhões de toneladas (-8,2%). As exportações de farelo de soja, segundo principal produto do complexo, foram de US$ 1,20 bilhão em junho (+63,8%). Pela primeira vez na série histórica, as exportações do produto nos meses de junho suplantaram a casa de US$ 1 bilhão. O valor alcançado foi resultado do volume recorde exportado (+33,5%), e, também, da elevação de 22,7% no preço médio de exportação.

Com menor produção de soja em grãos na América do Sul (Argentina e Brasil), e a guerra na Ucrânia (maior exportador mundial de farelo de girassol), a oferta de farelo para alimentação animal se reduziu no mundo, impactando os preços internacionais do produto brasileiro. O principal mercado importador de farelo de soja do Brasil foi a União Europeia, que adquiriu US$ 448,26 milhões (+41,4%) ou 804,8 mil toneladas (+8,0%; 35,4% de participação.

Carnes

As vendas externas de carnes, segundo setor mais importante em exportações, foram de US$ 2,35 bilhões em junho de 2022 (+32,0%). Trata-se do maior valor mensal de toda a série histórica iniciada em janeiro de 1997. O valor foi obtido em função, principalmente, do incremento dos preços médios de exportação dos produtos do setor (+25,8%), embora com menor aumento de quantidade exportada (+4,9%). 

A principal carne exportada é a carne bovina, que registrou US$ 1,14 bilhão em vendas externas (+36,9%), valor recorde para os meses de junho, com alta de 6,6% nos volumes e 28,4% nos preços médios. O principal mercado importador é a China, que adquiriu 65,9% do valor exportado pelo Brasil em junho, o que significou US$ 752,99 milhões (+70,7%). 

As exportações de carne de frango também alcançaram recorde na série histórica em junho de 2022, ultrapassando a marca de US$ 900 milhões de dólares para atingir US$ 932,12 milhões (+46,7%). 

Café

O setor cafeeiro exportou US$ 788,74 milhões em junho de 2022 (+73,6%). As vendas externas de café verde foram de US$ 721,50 milhões, valor recorde para meses de junho e que significou uma expansão de 76,7% comparado aos US$ 408,32 milhões exportados em junho de 2021. As exportações de café solúvel registraram US$ 57,2 milhões no mencionado mês (+46,1%).

Os principais mercados para onde o Brasil exportou café verde foram: União Europeia (US$ 376,68 milhões; +82,5%) e Estados Unidos (US$ 168,69 milhões; +171,9%). O valor recorde exportado de café verde ocorreu devido à elevação de 70,3% no preço médio de exportação. 

Acumulado do ano

No primeiro semestre de 2022, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 79,32 bilhões (+29,4%), valor recorde para o período. A expansão ocorreu devido à alta dos preços (+27,7%), enquanto o quantum exportado subiu menos (+1,3%). O agronegócio representou 48,3% das exportações totais brasileiras nos seis primeiros meses de 2022.

As importações do agronegócio alcançaram US$ 8,14 bilhões no semestre (+8,5%), totalmente influenciadas pela variação dos preços médios (+17,7%), já que o índice de volume caiu: -7,8%. Este valor não inclui os insumos importados para produção agropecuária. 

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