Depois de apresentar quedas por 2 dias, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) registraram uma recuperação parcial nesta terça-feira, com ganhos superiores a 3%. A queda significativa na última sexta-feira, superior a 10%, ocorreu em meio a revisões de risco da companhia após a decisão sobre dividendos extraordinários. Na terça-feira, especificamente, PETR3 aumentou 3,03% (R$ 37,37) e PETR4 avançou 3,28% (R$ 36,82).
Um encontro realizado ntre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira e o presidente-executivo da Petrobras Jean Paul Prates não apresentou novidades relacionadas aos dividendos extras, porém, resultou no convite para que a Fazenda integre o conselho de administração da estatal. Segundo fontes, o ministro Fernando Haddad decidiu indicar Rafael Dubeux, atualmente seu secretário-executivo adjunto, para ocupar esse assento.
O QUE DIZEM OS ANALISTAS: Analistas destacam a volatilidade dos eventos envolvendo a estatal e seus reflexos nas ações. O Itaú BBA observa que após os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23) da Petrobras na última quinta-feira e a reação das ações na sexta-feira à decisão de não distribuir dividendos extraordinários, houve mais turbulência no mercado com o fluxo de notícias sobre a Petrobras.
COMO FOI O CENÁRIO ECONÔMICO: O dia começou com notícias sobre uma possível revisão do anúncio de dividendos da semana anterior, o que inicialmente foi recebido com otimismo pelos investidores. No entanto, o fluxo de notícias posterior, incluindo potenciais novos investimentos e uma entrevista do presidente Lula ao SBT criticando os dividendos da estatal, alimentou preocupações sobre a interferência do governo na empresa.
O Bradesco BBI, que rebaixou a recomendação das ações PETR4 de "outperform" para "neutra" logo após os resultados, ressalta que a mensagem sobre a alocação de capital para a Petrobras ainda não está clara e considera isso negativo. Além disso, o fato de o Ministério da Fazenda aparentemente não ter pressionado por dividendos não é um bom sinal para pagamentos mais elevados.
QUAL A POSIÇÃO DOS ANALISTAS: Os analistas do banco ainda acreditam que os investidores poderão obter alguns dividendos extraordinários ao longo deste ano, mas reduziram sua projeção para US$ 2 bilhões, comparado com os US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões anteriores. Isso manteria o rendimento de dividendos da Petrobras em linha com o de seus pares globais.
O QUE DIZ LULA: Em entrevista, o presidente expressou sua oposição à distribuição de dividendos e defendeu mais investimentos da Petrobras, enquanto busca a redução dos preços dos combustíveis.
O CEO da Petrobras concordou em acelerar os investimentos em construção naval e transição energética, embora os valores mencionados tenham sido considerados extraordinariamente altos.
O QUE DIZ ALEXANDRE SILVEIRA: Proposta do Ministro Alexandre Silveira para uma cadeira no conselho do Ministério da Fazenda (potencialmente positivo para dividendos): Isso poderia dar à Fazenda mais influência no conselho de administração para tentar obter mais fundos provenientes de dividendos.
O QUE DIZ HADDAD: Em declaração, Fernando Haddad diz que o Ministério da Fazenda não pressionou por uma decisão sobre dividendos: Isso sugere que o resultado fiscal primário do Brasil não depende dos dividendos extraordinários da Petrobras, o que pode impactar os pagamentos futuros.