Publicações nas redes sociais atribuíram, erroneamente, o financiamento do filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” à Lei Rouanet, após o longa ser indicado ao Oscar 2025 em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres. Essas alegações, no entanto, foram desmentidas pelo Ministério da Cultura e pelos produtores da obra.
Filme sem recurso público federal
O Ministério da Cultura confirmou, por meio de e-mail ao projeto Fato ou Fake, que o filme não recebeu qualquer recurso público federal. A produção, que conta com direção de Walter Salles, foi financiada com recursos próprios e realizada em coprodução internacional com a França. “A Lei Rouanet só permite o fomento de obras cinematográficas de curta e média-metragem”, esclareceu a pasta, tornando inviável a utilização desse mecanismo por um longa-metragem como este, que tem 136 minutos de duração.
Definião
Os próprios critérios da Agência Nacional de Cinema (Ancine) reforçam essa definição: curta-metragens possuem até 15 minutos de duração; média-metragens têm entre 15 e 70 minutos; e longa-metragens, como “Ainda Estou Aqui”, são produções acima de 70 minutos. Essa regulação torna tecnicamente impossível que um longa utilize a Lei Rouanet como fonte de financiamento.
Parcerias entre produtoras
O filme é o primeiro longa original da plataforma Globoplay, que também negou qualquer uso de recursos públicos em sua produção. Segundo comunicado da assessoria, “Ainda Estou Aqui” é fruto de parcerias entre as produtoras VideoFilmes, RT Features, Mact Productions, ArteFrance Cinéma, Conspiração e Globoplay.
Inspiração
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, lançado em 2015, o filme narra a história de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, que passa de dona de casa na década de 1970 a uma das maiores ativistas de direitos humanos do Brasil após o assassinato do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar.
Informações devem ser checadas
As alegações infundadas ressaltam a importância de se verificar informações antes de compartilhá-las, especialmente em um momento em que o cinema brasileiro conquista espaço em uma premiação de destaque internacional como o Oscar. A produção de “Ainda Estou Aqui” é um marco histórico para o Brasil e reflete a força criativa de seu setor cultural.
Confira os comentários falsos que circularam nas redes
"Só de Lei Rouanet aí contei uns 3 orçamentos na saúde, uns 7 na educação uns 3 em saneamento básico. Mas calma aí que temos que estar felizes por eles estarem recebendo créditos em cima da desgraça do brasileiro [...]", diz uma publicação no X.
"Pode ficar tranquilo, painho lulis já comprou tudo, só buscar o caneco, afinal ele despejou bilhões em 2 anos para os galáticos artistas ruanet, e o podre nessa história que se lasque, pobre vai ficar olhando pela tv