Na cidade de Espumoso, Carminha Missio foi criada pelos pais com mais nove irmãos. A agricultora sempre teve desejo de seguir com o trabalho da família, mas não tinha como se desenvolver na região. "Em Espumoso, naquela época, não tinha muitas opções de estudo. Eu estudei até a 4ª série e depois fiz um curso de gestão familiar, onde aprendi como gerir um pouco a produção", relatou.
A advogada só terminou o ensino médio com 45 anos, depois que fez um supletivo de três meses. Antes disso, trabalhou como costureira e artista plástica. "Quando meus filhos ficaram adolescentes, eu resolvi que também iria alcançar o segundo grau e fazer uma faculdade”, disse a agricultora.
Depois, ela se formou em direito, com o desafio de conciliar com outros compromissos como dirigir a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), no Mato Grosso do Sul. "Fiz a faculdade de direito, nunca precisei de recuperação [na faculdade], apesar de dirigir uma APAE, um grupo de escoteiros, mexendo com intercambio de jovens, tudo ao mesmo tempo e auxiliando meu marido”, recorda Carminha. Antes de ocupar o cargo de vice-presidente da FAEB, a agricultora foi presidente sindical por quatro anos, entre 2015 e 2018.
"A gente produz o cimento certificado, que é registrado no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), tudo de acordo com as exigências da lei. Também produzimos soja, milho, feijão, um pouco de arroz e várias coisas que servem para alimentar os animais", conta.