Melyssa Pereira da Costa, de 21 anos, natural do Pará, foi encontrada morta nos Estados Unidos, onde vivia com o companheiro Dheraldy Mendes, e o filho deles, que tem um pouco mais de um ano. Desde 2020, residiam em Danbury. Conforme relatos da família de Melyssa, Dheraldy é apontado como responsável por seu falecimento, seguido pelo seu próprio suicídio. Naturais de Parauapebas, localizada no sul do Pará, o casal, que mantinha um relacionamento desde a adolescência, havia se separado recentemente.
"Ele nunca apresentou esse tipo de atitude e ela nunca relatou nada, ao contrário, ela fava que ele era um bom marido. Então a gente quer entender o que realmente aconteceu, se houve alguma briga, a gente não sabe, e acabou nisso", contou a tia de Melyssa, Girlene Silva.
De acordo com a tia da vítima, Melyssa estava sozinha em casa com o bebê e uma amiga passou para buscá-la para um passeio. "Ela passou para elas fazerem uma fogueira e comerem algo. Essa amiga e o marido deixaram Melyssa em casa, à noite, e quando foi no dia 20 de manhã, já encontraram os dois mortos e o bebê chorando", relata.
A guarda do filho do casal está sob responsabilidade do estado americano. Pelo menos até a conclusão das investigações, não foi autorizado que o bebê fosse entregue à família paterna, que também reside na cidade. A família materna indicou sua intenção de pleitear a guarda da criança.
"Quando soube que estava recém-separada enviei mensagem e ela disse que estava bem, que a família de Dheraldy estava dando apoio à ela e que estava trabalhando e estudando. Perguntei por que ela não voltava para cá, e ela disse que ia se formar e depois voltaria", disse a tia.
A família de Melyssa está fazendo uma "vaquinha" para arrecadar dinheiro e fazer o traslado do corpo para o estado do Pará. A Prefeitura de Parauapebas informou que vai ajudar nos custos do transporte.
"Está sendo um baque muito grande para a família toda. A mãe está em outra cidade, em Barcarena. Fomos pegos todos de surpresa e a família está desolada porque a nossa menina, muito conhecida em Parauapebas, era uma menina de ouro. Quem conhecia sabia do brilho dela. Muita gente está se mobilizando. É um sentimento de dor, de revolta. São 'por quês' que a gente fica se perguntando. Ela só queria ser feliz, realizar o sonho e foi interrompida dessa forma trágica. A ficha parece que não cai", finalizou Girlene Silva.
Por meio do Consulado-Geral do Brasil em Hartford, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota informando que está em contato com as autoridades locais e permanece à disposição para prestar a assistência consular necessária à família do cidadão brasileiro.
O Itamaraty esclareceu ainda que, em casos de óbito de um cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros podem oferecer orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com as autoridades locais e cuidar da emissão de documentos, como o atestado consular de óbito, assim que os trâmites obrigatórios conduzidos pelas autoridades locais forem concluídos. Vale ressaltar que o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é uma decisão da família e não pode ser financiado por recursos públicos.