Brasil tem mais de 308 mil pessoas em situação de rua, aponta estudo

. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, durante o lançamento da 37ª edição da série de estudos “Caderno de Estudos”.

Pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro | Tânia Rego/Agência Brasil
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Em agosto de 2024, o Cadastro Único (CadÚnico) registrou 308.277 pessoas em situação de rua, distribuídas entre 298.071 famílias. Esse contingente faz parte de um universo de 94.587.894 indivíduos inscritos, provenientes de 40.811.422 famílias. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fomedurante o lançamento da 37ª edição da série de estudos "Caderno de Estudos".

Números

Segundo os pesquisadores, os números refletem um aumento expressivo na população em situação de rua, que em 2018 contabilizava 116.799 pessoas no CadÚnico. O estudo aponta a ausência de dados padronizados e consistentes como um dos fatores que dificultam a inclusão dessa população em políticas públicas externas, como as econômicas e climáticas.

Intervenção eficiente

O ministro Wellington Dias destacou que o levantamento busca orientar intervenções mais eficazes. Ele ressaltou o avanço do programa Plano Ruas Visíveis, que integra estratégias de produção e gestão de dados, sob a coordenação de um Grupo de Trabalho Interinstitucional. Entre os temas tratados estão políticas públicas habitacionais e de transferência de renda, como o Bolsa Família, além de desafios teóricos e metodológicos para dimensionar essa população.

Diversidade e desigualdade

A pesquisa também revelou a diversidade e a desigualdade dentro da população em situação de rua. Mulheres, idosos, crianças, adolescentes, pessoas LGBTQIA+, negros e indígenas enfrentam graus variados de vulnerabilidade. Um cruzamento de dados mostrou que jovens, analfabetos e negros têm maior probabilidade de pernoitar nas ruas do que em albergues, evidenciando o impacto do racismo estrutural nesse fenômeno.

Questões raciais e éticas

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reforçou que essa realidade não é exclusiva do Brasil, mas está enraizada em questões raciais e éticas globais. Ela defendeu a ampliação de políticas efetivas para atender essa população, considerando as desigualdades reveladas pelo estudo.

Censo

Os pesquisadores alertaram, contudo, que os dados são baseados em uma amostra e não representam toda a população brasileira. Eles recomendaram a realização de um censo nacional da população em situação de rua e a integração de dados administrativos, para fundamentar políticas públicas com maior precisão e eficácia. (Com informações da Agência Brasil)

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