Em 2024, apesar da epidemia de dengue, o Brasil ainda enfrenta um número maior de mortes por Covid do que pela doença transmitida pelo mosquito. Até a semana epidemiológica 20, encerrada em 18 de maio, foram registrados 3.567 óbitos por Covid, enquanto as mortes por arboviroses, incluindo dengue, totalizaram 2.899 no mesmo período, de acordo com dados do Ministério da Saúde, divulgados pela Folha de São Paulo.
REDUÇÃO DE CASOS DE COVID
A média semanal de mortes por Covid diminuiu de 217 nas primeiras 12 semanas para 119 a partir da 13ª semana epidemiológica, evidenciando uma estabilidade nos números, segundo a infectologista Rosana Richtmann. A redução recente na circulação do vírus Sars-CoV-2 resultou em menos casos e mortes nas últimas semanas, refletindo um ciclo natural do vírus, conforme explicado pela infectologista Raquel Stucchi.
"Na realidade, a Covid nunca deixou de matar. Então considero que não há uma alta, mas uma estabilidade nos últimos anos. Continua sendo uma doença que ainda atinge muitos brasileiros", diz a infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Rosana Richtmann.
NOVA ONDA
Espera-se que a mortalidade por dengue supere a de Covid, especialmente com a possibilidade de uma nova epidemia da doença no final do ano. "Menos casos geram menos internações e, proporcionalmente, menos mortes. Mas a gente sabe que o vírus tem esse ritmo. No início do ano, a circulação estava intensa. Agora, diminuiu um pouco, depois volta. Os ciclos de maior circulação coincidem com [o surgimento de] novas variantes e ocorrem a cada 4 a 6 meses", afirma.
"É provável que tenhamos uma nova epidemia, então é urgente que medidas educativas sejam tomadas desde já. Provavelmente teremos em 2025 circulação ainda maior de dengue do tipo 3 e 4", acrescenta Stucchi em reportagem da Folha de São Paulo.
VACINAÇÃO CONTRA DENGUE E COVID
Os estados estão atentos à prevenção, considerando que o clima mais quente favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A vacinação contra dengue é direcionada para crianças e adolescentes, enquanto a imunização contra Covid continua prioritária para grupos específicos, com a chegada de novas doses para enfrentar variantes como a XBB 1.5, responsável por parte dos casos recentes no país.