O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu hoje que o valor do salário mínimo, atualmente em R$ 1.045, é baixo, mas disse não ser possível aumentá-lo, uma vez que o reajuste afetaria diretamente os gastos do governo com a Previdência Social. Ele também fez elogios à reforma trabalhista, aprovada durante o governo de Michel Temer, seu antecessor.
LEIA MAIS :
- Jair Bolsonaro abre mão de depor à PF sobre suposta interferência
"Muitos reclamam [da reforma], 'o cara tirou direitos'. Ninguém tirou direito de ninguém, mas também não engessou [a legislação]. Inclusive, falei com o Paulo Guedes [ministro da Economia] de novo... Esse ano está difícil. Muita gente reclama, né? 'Ah, o salário mínimo está baixo'. Reconheço que está baixo, mas não tem como aumentar", disse o presidente durante sua live semanal.
Bolsonaro disse ainda que seu governo pretende criar o programa "Minha Primeira Empresa", para incentivar o empreendedorismo no Brasil. Desta forma, disse o presidente, "quem reclama vai ter a chance de montar sua empresa".
"Não tem mais de onde tirar dinheiro. Então, o governo vai dar uma fórmula, alguma ajuda, e o cidadão pode deixar de ser empregado, de procurar emprego, e montar sua própria empresa", completou.
Sem aumento real em 2021
Em agosto, o governo federal enviou ao Congresso uma proposta de salário mínimo de R$ 1.067 em 2021, deixando o piso sem aumento real pelo segundo ano seguido. A projeção faz parte do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual).
Em relação aos atuais R$ 1.045, o aumento é de R$ 22, valor que deve apenas repor a inflação projetada para 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 2,09%. Na prática, significa que o salário mínimo ficará sem aumento por dois anos.
Em relação aos atuais R$ 1.045, o aumento é de R$ 22, valor que deve apenas repor a inflação projetada para 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 2,09%. Na prática, significa que o salário mínimo ficará sem aumento por dois anos.
(Por: UOL)