O ex-prefeito de Esperantina, Felipe Santolia, que foi preso na última quarta-feira (23), em Caraguatatuba, após uma operação da Polícia Civil de São Paulo, foi destaque na edição do Fantástico deste domingo, 27 de junho.
Uma reportagem especial feita pelo programa por meio de uma denúncia anônima mostrou como era a vida de Antônio Felipe Santolia Rodrigues, que adotou em São Paulo o nome de Antônio de Lima, ou Xico Namastê. Ele foi condenado a 12 anos de prisão por irregularidades cometidas quando era chefe do Executivo da cidade de Esperantina, entre 2005 e 2008. Depois dessa condenação, nunca mais foi visto.
A equipe do Fantástico descobriu que o ex-prefeito vivia em um sobrado em Caraguatatuba e ficou durante duas semanas acompanhando o alvo. Como o ex-político quase não saía da residência, a produção do programa precisou consultar um especialista para verificar se realmente era a mesma pessoa. Uma marca na testa foi o ponto para ter a certeza que se tratava do foragido da justiça.
Felipe Santolia saía de vez em quando no portão para ver o movimento, pouco circulava pelas ruas do bairro ou fazia compras. Nessas duas semanas, ele foi apenas uma única vez ao Centro da cidade.
Em Esperantina, Felipe foi condenado a 12 anos de prisão e responde a 65 processos na justiça. Muitos desses casos estão parados já que ele desapareceu desde a primeira condenação que ocorreu em 2019. Na sua gestão, ele usou muito dinheiro com orgias e suas despesas mensais chegavam a 50 mil reais. Quando foi prefeito da cidade criou o ‘Dia do Orgasmo’ em Esperantina, no dia 9 de maio.
Em São Paulo, ele trabalhava como CEO de um aplicativo que reúne empresas locais. Com a confirmação da localização do suspeito, a equipe do programa avisou ao Departamento de Capturas da Polícia Civil de São Paulo e as equipes foram até a sua residência, mas o ex-prefeito não estava. Felipe Santolia foi encontrado no Centro da cidade.
Ao ser abordado, afirmou que seu nome não era esse e que seu irmão é que foi ex-prefeito de Esperantina. Segundos depois, mudou e disse que era o primo o ex-gestor. Ao ser conduzido para o sobrado, Felipe apresentou RG falso.
“Eu disse que precisava conduzi-lo para verificar a sua verdadeira identidade, ele estava seguro de que nos convenceria, que ia provar que não era o ex-prefeito. Quando fizemos o teste das digitais ele soltou: ‘tá bom vai, sou eu’”, afirmou a delegada do caso, Ivalda Aleixo.
Logo depois da prisão, na última sexta-feira, a Justiça concluiu outros dois processos, com mais duas condenações que somam dez anos de prisão por desvio de dinheiro público. No total, Felipe Santolia tem 28 anos de cadeia para cumprir. Em nota, o aplicativo que ele representava disse que não tinha conhecimento sobre a verdadeira identidade dele.