Uma pesquisa recente mostra queo brasileiro está consumindo mais biscoitos, salgadinhos e outros alimentos industrializados, em decorrência da crise econômica e , também, causado pela pandemia de Covid-19.
Conforme avaliação feita pela empresa Horus, especialista em inteligência de mercado, a principal responsável pela piora na qualidade das refeições dos brasileiros é a inflação, que atingiu o preço de verduras e legumes.
O estudo, que avaliou 40 milhões de notas fiscais de estabelecimentos Brasil afora e revelou que entre janeiro e junho deste ano, biscoitos recheados e salgadinhos estiveram presentes em 20,4% dos carrinhos das classes A e B, contra 16,9% no mesmo período do ano passado.
Preços
Nas classes mais baixas, o dado é ainda mais preocupante. Na C, a incidência foi de 19,2% para 22,4%, enquanto nas classes D e E subiram de 22,7% para 26,4%.
A nutricionista Alice Coca, que atende na UBS Paranapanema, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, alerta para os riscos que esta substituição alimentar pode trazer à saúde de adultos e crianças.
Colesterol
Considerado o colesterol ruim, o LDL trata-se de uma lipoproteína de baixa densidade, cujo valor não deve ultrapassar 130 mg/dL.
“Ele é comumente encontrado em alimentos industrializados e ultraprocessados, que contêm gorduras saturadas e trans, como biscoitos recheados e salgadinhos. Estes alimentos estão entre os maiores causadores do aumento do colesterol ruim”, alerta a nutricionista.
Riscos à saúde
O colesterol alto pode trazer diversos riscos à saúde,como doenças cardiovasculares, principal causa de morte no mundo, conforme dados do Ministério da Saúde.
Alice também atenta para o risco da aterosclerose que poderá causar infartos, derrames e até morte súbita.
Outros problemas
Conforme a nutricionista, um pacote de biscoito recheado equivale a oito pães franceses, em média. Por isso, o consumo de alimentos ultraprocessados não está relacionado somente ao aumento do colesterol, favorecendo também o ganho de peso excessivo e a obesidade, principalmente na infância, onde existe maior consumo destes alimentos.
“O consumo também aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes, devido ao aumento do peso e da quantidade elevada de açúcares presentes nestes alimentos. E ainda existe um aumento do risco de hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), ocasionada, principalmente, pelo sódio”, reitera.
Segundo Alice, existem alimentos mais saudáveis, que, mesmo de forma econômica, são capazes de substituir biscoitos e salgadinhos, principalmente na dieta das crianças, como o consumo de frutas, aveia.
Sobre o CEJAM
O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúdeem São Paulo.