A Jovem Pan decidiu, nesta quarta-feira (9), demitir o comentarista Adrilles Jorge após ele fazer um gesto apontado como saudação nazista durante participação em um dos programas da emissora na noite desta terça-feira (9).
Na ocasião, Adrilles comentava o caso de Monark (leia mais abaixo), quando teve sua participação encerrada e se despediu da atração fazendo um gesto similar ao de Adolf Hitler.
A assessoria da Joven Pan confirmou a demissão de Adrilles Jorge e enviou o seguinte comunicado:
"O Grupo Jovem Pan repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias. Somos veementemente contra a perseguição a qualquer grupo por questões étnicas, religiosas, raciais ou sexuais. No exercício diário de informar e esclarecer nossa audiência, prezamos pelo livre debate de ideias, mas não endossamos qualquer tipo de manifestação que leve ao discurso de ódio e reforce ideias que remetam a um episódio da nossa história que deve ser lembrado como símbolo de um erro da humanidade que não deve jamais ser repetido. Nossos comentaristas têm independência para emitir opiniões, respeitando os limites da lei, opiniões estas que não refletem as posições do Grupo Jovem Pan."
Nas redes sociais, Adrilles Jorge confirmou a demissão e afirmou que os espectadores 'deturparam' um 'tchau'. "Fui demitido da Jovem Pan. Por dar um tchau deturpado por canceladores. Infelizmente a pressão de uma turba canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito. Agradeço a Jovem Pan pela oportunidade e a todos os amigos que lá conquistei e que em mim confiam e apoiam."
Confederação Israelita do Brasil
Após a divulgação das imagens, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) emitiu um comunicado condenando o gesto.
"A Conib (Confederação Israelita do Brasil) condena estarrecida o gesto repugnante de saudação nazista feito pelo apresentador Adrilles Jorge em programa da Jovem Pan. O nazismo propaga uma visão de mundo racista, antissemita e totalitária, que causou a morte de 6 milhões de judeus e minorias como homossexuais, negros, ciganos e outras, e detonou uma guerra mundial catastrófica para a humanidade. Episódios de apologia ao nazismo devem ser combatidos com todo o rigor da lei brasileira e repelidos pela sociedade como um todo. A Conib, em nome da comunidade judaica, agradece as manifestações de apoio diante desses fatos lamentáveis e agradece também a todos que vêm manifestando indignação e repulsa diante deles. A luta contra o racismo e o discurso de ódio deve ser uma luta de todos."
Caso Monark
O apresentador Monark foi demitido do podcast Flow nesta terça-feira (8) após defender no programa a existência de um partido nazista, o que é proibido por lei.
No podcast de segunda (7), do qual participavam Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB), Monark disse: "A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei".
Tabata rebateu o comentário e falou que a "liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca em risco a vida do outro". "O nazismo é contra a população judaica e isso coloca uma população inteira em risco", afirmou a parlamentar. Monark foi criticado por entidades judaicas e pediu desculpas pela declaração, afirmando que estava bêbado.
Após a fala nazista, ele foi desligado do podcast e também vai deixar de ser sócio das empresas produtoras, de acordo com a assessoria de imprensa.