Foram presos nesta quinta-feira (28), três suspeitos de envolvimento no assalto a um circo e no estupro da bailarina Camila Trindade. O crime ocorreu na última sexta-feira (22) no município de Central do Maranhão. A família circense foi rendida e ameaçada pelos criminosos, e a jovem abusada na presença da própria filha. A informação foi confirmada pelo governador do estado, Carlos Brandão (PSB).
O QUE SE SABE?
Os outros cinco suspeitos de envolvimento no caso já foram identificados e seguem sendo procurados pela polícia. As investigações já identificaram que o autor do estupro contra a artista circense Camila Gomes é um adolescente de apenas 17 anos, reconhecido pela bailarina, que acredita que o rapaz já teria assistido suas apresentações.
COMO ACONTECEU?
"Eles [criminosos] chegaram pedindo dinheiro e saíram me arrastando pelos cabelos, enquanto outro me levou para dentro do trailer onde estava minha filha, de 1 ano, dormindo. [...] Ele deu um tiro. Eu senti Deus comigo. Deus fez ele errar a bala para não acertar em mim. Ele botou uma arma na minha cabeça e atirou. No momento, eu só sabia passar a mão na minha filha e na minha cabeça, pra saber se tinha pegado. [...]Eu fiquei em choque. [...] Estou tentando ser forte, pela minha família, por mim também, mas não vou dizer que estou bem", relatou Camila, em um post nas redes sociais.
Ao todo, cinco homens participaram da ação criminosa que aconteceu por volta das 23h, cerca de 40 minutos após o fim do último espetáculo. Armados e muito agressivos, os criminosos invadiram o local, roubaram dinheiro e objetos pessoais, e espancaram a família. Após o assalto, dois dos bandidos arrastaram uma das vítimas para um trailer do circo e estupraram a bailarina.
O QUE DIZ A POLÍCIA?
Até o momento, a Polícia Civil informou que conseguiu recuperar parte dos itens roubados. A vítima do estupro foi ouvida na Delegacia de Cururupu e recebeu atendimento médico na cidade de Pinheiro. Ela está sob cuidados, tomando antivirais para evitar infecções sexualmente transmissíveis e receberá acompanhamento psicológico online, já que a família não possui endereço fixo e vive de forma itinerante.
"Nesse momento a gente só se sente indignado, revoltado. A gente está se sentindo impotente perante essa situação que nunca na minha vida passou e não tem relato de nenhum circo ter passado por isso. A gente fica muito triste, que a cidade do Maranhão, a baixada, vem acontecendo tanta atrocidade. A gente sabe que não somos a primeira família a passar por esse tipo de situação, mas a gente clama pela Justiça, que as autoridades tomem providência", disse Poliana Ostok, mãe da vítima e dona do circo, ao JM1.
Por meio de uma rede social, o governador Carlos Brandão (PSB) informou que o sistema de segurança está focado em identificar os responsáveis pelo ataque. Ele disse ainda que a Delegacia Especial da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira e a Secretaria da Mulher darão assistência necessária as vítimas.
"Nosso sistema de segurança está focado em identificar e prender os responsáveis pelo ataque à jovem circense Camila e sua família, em Central do Maranhão. Não vamos tolerar que as pessoas tenham sua paz retirada e sejam violentadas dessa forma. Informo ainda que a Delegacia Especial da Mulher, Casa da Mulher Brasileira, Semu e demais equipes do nosso darão assistência necessária às vítimas", disse Brandão.