O crescimento do e-commerce já era acelerado antes de 2020. Então, veio a pandemia e obrigou todo mundo a adaptar-se a novas realidades e superar resistências. Não deu outra: as compras nas lojas virtuais dispararam, fechando o ano passado com alta de 75% em relação ao ano anterior – segundo dados da Mastercard. Ao mesmo tempo, outra transformação digital vem mudando os nossos conceitos em relação ao dinheiro: as criptomoedas. O mercado das moedas virtuais atingiu em outubro a marca de R$ 3 trilhões em capitalização, seis vezes mais do que em novembro do ano passado.
Com o e-commerce em alta e cada vez mais pessoas e instituições aderindo às criptomoedas, o empreendedor Marcelo Queiroz, da CryptoVelox, percebeu a chance de juntar o melhor dos dois mundos. Assim, surgiu um dos mais inovadores projetos dos últimos tempos: a Velox.
A velox é uma criptomoeda com um propósito: facilitar as transações em sites de e-commerce, reduzindo custos e o tempo de espera do lojista para receber por suas vendas.
Investimento com lastro
A diferença da Velox para as criptomoedas que pipocam a toda hora nesse setor é que ela é lastreada em uma loja virtual, a E-Velox. O e-commerce vende principalmente eletrônicos de marcas como Apple, Sony, LG, Samsung e Xiaomi. Os produtos podem ser pagos tanto da forma tradicional quanto na moeda da casa, ou seja, a Velox. Quem opta pela cripto tem uma vantagem adicional: ganha 10% de desconto.
“Não é só pelos 10%!”, ressalta Marcelo Queiroz, fundador e CEO da Velox e da E-Velox. “Se a pessoa quiser só comprar um iPhone, ele pode entrar no e-commerce, adquirir a moeda e desfrutar do desconto. Mas se quiser deixar um valor em Velox na carteira, esse investidor se associará a um projeto seguro e a um investimento muito promissor. Os detentores da moeda vão receber 1% de todas as transações com a cripto. E a cada mês, vamos queimar 2% do volume total do estoque de tokens para propiciar a valorização da moeda”.
Marcelo, que tem uma longa trajetória no mundo das criptos, acredita que a E-Velox tem tudo para se tornar a maior rede de compra e venda de bens por meio de moedas virtuais a nível global. “Estamos chegando à quarta geração do mundo cripto”, diz.
A moeda
A Velox foi lançada em 19 de setembro e atraiu até agora mais de 3.300 investidores (holders, no jargão do mundo cripto). É uma moeda descentralizada (DeFi), com transações registadas em blockchain – a rede que armazena todas as negociações dos ativos de forma transparente e sem possibilidade de alterações.
“Essa é a garantia de segurança de todo holder. O dinheiro dele não está na mão de ninguém, está na rede. Além disso, nosso contrato é claro, com lastro e objetivo, e auditado pela Techrate. Não é como algumas criptos que a gente não sabe nem o que tem por trás. O risco do investimento aqui é apenas o do mercado financeiro: a volatilidade mais acentuada que é característica das negociações com moedas virtuais.”
Marcelo Queiroz, fundador e CEO da Velox e da E-Velox
Segundo o white paper da Velox , o suprimento total é de 500 milhões de unidades, dos quais boa parte será queimada ao longo do tempo. “A tendência é chegarmos a 100 milhões, levando a moeda a um patamar de valor bem mais elevado que o atual. Planejamos como um investimento de longo prazo. O investidor ganha com a valorização e com os dividendos do site.”
A taxa de negociação paga pelos investidores é bem abaixo da que é geralmente praticada no mundo cripto: 3%, o que é outro fator de redução de risco de investimento.
Em pouco tempo, a Velox já chamou a atenção do mercado. As cotações da criptomoeda já são acompanhadas e divulgadas pela plataforma CoinMarketCap, principal referência em informação sobre cotações de moedas virtuais. A norte-americana Coinbase, uma das principais plataformas de cripto a nível global, também incluiu a moeda no radar.
A loja
A E-Velox, lançada em outubro, é uma das primeiras lojas virtuais baseadas no Brasil a aceitar criptomoedas para pagamento. E o primeiro e-commerce a lançar os próprios tokens. A escolha pelos eletrônicos como principais produtos à venda nesse primeiro momento é estratégica. Os sócios já atuavam na área de e-commerce de eletrônicos. “A gente começou com nossos próprios produtos para todo mundo ver como a coisa funciona”, diz Queiroz.
No entanto, o plano de expansão é ambicioso. “Nós vamos nos transformar em um marketplace com vendas que poderão ser em cripto ou em dinheiro. Nossa plataforma é muito grande e logo vai começar a receber parceiros e teremos roupas, perfumes… até automóveis. Já estamos em contato com lojistas e fabricantes de vários setores”, adianta Queiroz. “A plataforma terá buscas regionalizadas. A pessoa em Brasília encontrará uma pizzaria lá na cidade dele e poderá ter vantagens se pagar com a cripto.”
A expansão, no entanto, não será em ritmo excessivamente acelerado. A prioridade no momento é aumentar o número de holders, criando, com isso, um ecossistema atrativo para parceiros de todos os portes. “O próximo passo é lançar o aplicativo para celulares. Depois, teremos a abertura para vendas também fora do Brasil, já no início do próximo ano”.
Para os lojistas que aderirem ao marketplace, a maior vantagem será a de não ter que arcar com os custos com cartões e meios de pagamento. Enquanto as transações pelos métodos tradicionais podem levar até 6% do valor da venda, por meio da Velox, as despesas ficarão em torno de 2%. “O lojista vai poder escolher entre receber o valor de suas vendas em moeda corrente ou manter uma carteira de Velox, recebendo dividendos. Com esse custo menor, ele vai ter muito mais poder de competição”, lembra Queiroz.
A Velox também poderá, futuramente, ser adotada por outros e-commerces. A moeda já pode ser comprada em três diferentes plataformas, a PanCake Swap e a FEGEx, além da Coinsbit, que atende em diversos países. Em breve, os tokens poderão ser comprados em outras plataformas. “Estamos trabalhando para criar uma grande rede de compra e vendas de produtos com criptomoedas”, afirma Queiroz. “Esse é o futuro”.