Preparador físico do Universitario é preso por racismo após derrota do time

O preparador físico foi conduzido pelos policiais militares até a delegacia do estádio para prestar depoimento

Racismo após derrota | Reprodução
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O preparador físico do Universitário, Sebastian Avellinno Vargas, foi detido pela polícia nesta terça-feira (11), acusado de ter cometido gestos de cunho racista contra a torcida do Corinthians, após derrota de 1 a 0 do playoffs das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Ainda na madrugada ele teve a prisão decretada pela Polícia Civil de São Paulo.

Avellino também é acusado de proferir insultos racistas contra os torcedores. O incidente foi captado por espectadores durante o aquecimento dos jogadores do Universitario, próximo ao final do segundo tempo da partida. Em seu depoimento, ele negou ter cometido atos racistas. O preparador físico foi conduzido pelos policiais militares até a delegacia do estádio para prestar depoimento, juntamente com alguns torcedores do Corinthians, que foram considerados testemunhas.

Sebastian que é peruano, estava acompanhado por outros membros da equipe do Universitario. Enquanto eles prestavam depoimento no estádio, os seguranças do clube retiraram a imprensa do local. Posteriormente, o preparador físico do time peruano foi transferido para o 65º DP, em Artur Alvim, zona leste da capital paulista, onde, após os depoimentos, teve sua prisão em flagrante decretada.

Momento da detenção (Foto: Laura Fonseca)

Durante a madrugada, quatro testemunhas prestaram depoimento, juntamente com o profissional do Universitario. Ao sair da delegacia, um das testemunhas, o empresário Cristian Lombardi, declarou;

"Eu estava no setor 403 Oeste, em frente ao gramado. Na verdade foi um minuto antes de acabar o jogo, 30 segundos, dois minutos, eu não sei. Estava todo mundo comemorando. Ali estava um componente da comissão técnica deles. Ele treinou o primeiro tempo e o segundo tempo ali na frente da gente, foi super sadio, ninguém fez nada, super tranquilo. No final ele roi recolher umas peças que estavam no chão e na hora que ficou de frente para a torcida toda, ele fez o gesto de macaco. Foi isso que aconteceu. Ele não foi provocado, de forma alguma. Estava todo mundo festejando. É uma ofensa muito grande, um gesto que não se cabe mais nos dias de hoje", disse.

Na delegacia, Vargas contou com a presença de Luis Armando Pacheco, Cônsul Geral do Peru em São Paulo, e de Jhianphier Lopez, Consul Adjunto do Peru em São Paulo. Durante seu depoimento, ele negou ter imitado um macaco e justificou que questionou alguns torcedores sobre o motivo de terem cuspido nele ao final da partida.

Durante entrevista coletiva após o jogo , Jorge Fossati, técnico do Universitario, disse:

– Eu não vi. O conheço e trabalha comigo há 13 anos, desde 2010, é um cara muito respeitoso. Segundo ele me falou, foi mal interpretado seus gestos. Estavam cuspindo e xingando ele, coisas de futebol, infelizmente. Parece que o torcedor pode fazer o que quiser. Se a gente reage, está errado. É assim. Mas também está errado o torcedor do Corinthians e do Universitario se não tiver comportamento adequado para estar no jogo.

– É a única coisa que posso te garantir: é respeitoso para caramba. Vamos ver. Eles disseram que tem câmeras. É o que eu digo na hora do jogo: desde que tem câmera, acabaram as discussões. Se ele errou, infelizmente vai ter que pagar. Espero que não seja nada. E se não errou, bom, estará daqui a pouco conosco.

 

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